Yessongs no MIS

07 de Abril de 2019

The Revealing Science of God.

O nome da principal atração da noite (sem desmerecer os outros clássicos), não poderia ser mais apropriado ao evento, pois foi exatamente disso que se trataram as mais de duas horas que fizeram a alegria dos ilustres presentes na ocasião. Uma noite realmente divina trazendo um set inteiramente voltado aos fãs verdadeiros do Yes, aqueles que se dispõe a ouvir um Topographic Oceans na íntegra e ainda emendar com Close to The Edge e além...

A dica do sensacional Roger Troyjo, cantor e idealizador do tributo Yessongs, que já conta com mais de 20 anos de estrada (eu vi esse projeto pela primeira vez em 1998), felizmente não era verídica. Ele havia me dito que a intenção dessa noite seria uma execução na íntegra do álbum 90 125, de uma fase um tanto quanto diferente, dos anos 80 onde o Yes experimentava, além de mudanças de formação, novos caminhos que evidentemente não agradaram muitos os fãs mais antigos. Não vou dizer que torci o nariz para ideia afinal o Yessongs é uma banda que sempre nos traz o melhor, então mesmo sendo 90 125, seria uma noite interessante. Até mesmo porque ouviríamos outros clássicos junto a esse álbum.

Mas o que se passou foi totalmente diferente. Tivemos o Close to The Edge na íntegra e do 90 125 somente Hold On e Owner of the Lonely Hearts, ambas já sempre presentes no show dos caras e executadas com maestria angelical. O desfile de clássicos foi uma característica marcante da noite com longos momentos de prazer. A prometida The Revealing Science of God, Heart of the Sunrise, devidamente pesada com aqueles climas de baixo sensacionais tais como as interpretações magníficas do Vinicius Nipote no baixo, chegando mais uma vez a lembrar o saudoso Chris Squire, tanto pelo talento em seu instrumento quanto em seu posicionamento no palco. Peça fundamental em todo o show ganhando a atenção da galera como sempre acontece. A noite foi mesmo dos deuses com projeções maravilhosas chegando a recriar os climas da turnê do quádruplo Keys to Ascension de 1996.

Roger Troyjo nos vocais, Vitor Giovanitti e Philipe Antunes nas guitarras, Julio Zing nos teclados, Carlos Camasi na bateria e Vinícius Nipote no baixo, realmente recriam os trabalhos do Yes em seus melhores momentos, realizando os sonhos dos presentes.

Os músicos dessa banda, a cada nova oportunidade ficam ainda mais maduros e plenamente à vontade com o imenso repertório do clássico Yes. Então não foi surpresa para ninguém que esta noite seria o sucesso que foi. Era como se estivéssemos entre as divindades dentro e fora do palco. Imagine a minha surpresa ao encontrar após o show personalidades genuinamente fantásticas e amadas por todos como Cassiano Music Man, Carina Assencio, Aline Polisello, Alexandre Chamy, Vito Montanaro, Marcos Vinicius Troyan Stertroist (sempre presente com sua câmera mágica, capturando detalhes e momentos de uma forma única e especial), Ricardo Lima(rodie da noite, que inclusive me deu todo apoio para registrar o espetáculo), entre outras estrelas do cenário do rock em São Paulo, em meio aos amigos de sempre como Alessandra Moscato e seu marido Galo, Clóvis Guimarães, Roberto Oka, Neusa Franchin, Dario Figueiredo, André Bortolo, Hélvio e sua irmã Bete Afonso, ainda com outros amigos, gente de muito bom gosto que sempre faz parte de eventos como esse, onde a qualidade e a paixão pela boa música estão sempre em evidência. Difícil foi falar com todo mundo e com os membros do Yessongs, tudo junto e misturado num verdadeiro panteão de personalidades adoráveis que permaneceu ali até o fechamento do museu.

Durante o espetáculo vale lembrar a dobradinha Roundabaut/Gates of Delirium e o final bombástico com obrigatória I've seen All Good People emendada com a viagem Starship Trooper, onde os músicos extravasaram ainda mais todo seu talento, transformando o final do show num grande momento ainda mais empolgante que levou o público a pedir mais.

E olha se eles tocassem mais duas horas sou capaz de arriscar um palpite que todo mundo ficaria ali. “Uma noite com Yes” seria um evento de lotação esgotada, tamanho a qualidade talento e carisma desses caras. Foi sem sombra de dúvida o melhor show o desde o ano passado, deixando o pessoal incentivado para as futuras apresentações que com certeza virão cheias de boas ideias, explorando os melhores e inesquecíveis momentos do Jon Anderson e seus comparsas, parte importante da vida de todo bom ”progressiveiro”!

Mereceu nota máxima também o excelente trabalho do rodie Ricardo Lima, que sempre entra na magia de toda a banda que tem a honra de se privilegiar de seu talento. O cara é muito profissional e competente, além de grande amante do rock, muito simpático e receptivo.

Vocês vão ver alguns trechos dessa apresentação incrível no terceiro Programa Roadrock que ainda está por vir, portanto fiquem de olho.

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Marcos Falcão.