Ventos de Mudança: De Rocktown para Roadrock
- Roadrock Blog
- 8 de abr. de 2019
- 4 min de leitura
A cidade respira rock. Nosso primeiro slogan. Mas… Como foi que tudo isso começou?
Seria uma simples ideia de um blog em pleno século XXI, coisa que já existe aos montes sobre tudo e sobre todos? Não. Na realidade, tudo em nossa vida começa muito antes que a gente mesmo possa perceber. Para mim, começou quando ouvi a primeira canção de Rock que me chamou atenção, I Love It Loud, do Kiss, em 1982. Desde então se iniciou um processo.
Teve de tudo um pouco e sempre espalhado e relacionado com a cidade, os locais, os eventos. Até mesmo aqueles que eu não podia ir, como o Motorhead no Projeto SP no final dos anos 80.
Eu ainda era muito novo para atravessar a cidade e ir num lugar desses, mas vi pela TV. Mal sabia eu que no ano seguinte estaria no Ginásio do Ibirapuera vendo a primeira apresentação do Metallica no Brasil com meus amigos. Aquele foi o primeiro passo de muitos que vieram depois por essa cidade abençoada. O Rock se espalhava além da minha sala, além dos meus amigos.
Talvez tenha sido pensando nisso que a Alana Freitas, que conheci jovenzinha, aluna brilhante e inteligente, da minha sala de aula, pensou quando sugeriu o Rocktown para o nome do nosso projeto. A cidade do rock pareceu cair como uma luva até então.
Mas outras pessoas de sites e interesses diferentes também usam esse nome e aí ficamos sendo confundidos e percebemos que deveríamos escolher outro nome.
Pois é. Foi aí que eu percebi que nossa vida e nosso ideal, nosso amor pela música e nossa trajetória musical refletiam muito mais do que a cidade. Significa um caminho, coisas, fatos, momentos que todo o amante de Rock vive e muitas vezes nem percebe. A coisa toda ganha ares históricos. Onde vamos, o que fazemos, com quem falamos, tudo leva a todo tipo de coisa. Boa e ruim. Vai desde um mal entendido (acreditem, já teve gente que se ofendeu com nossa curiosidade musical!) até revelações de grandes artistas, novas amizades, novas experiências e sempre, sempre mais e mais conhecimento.
Em 1996 vi o Electric Funeral, melhor cover do Black Sabbath do Brasil, no histórico Black Jack, que ficava bem no coração de Santo Amaro, bar onde o Rock se fez presente por anos e anos, até seu fechamento.
Em 1998 conheci o Roger Troyo, grande musico, vocalista hiper versátil e talentoso, um cara que sigo desde então e que sempre foi muito simpático e amigo, realizando covers de grandes bandas como Yes, Genesis, entre outros. Naquela noite no Café Piu Piu realizei o sonho de ver uma banda tocando Yes com a maior qualidade e depois, no mesmo ano, ainda puder contemplar o trabalho deste cara tocando e interpretando Genesis no extinto Mr. Blues. De lá para cá vieram inúmeras oportunidades de ver todos os trabalhos que surgiram, além de outras bandas, nacionais, internacionais, de tudo quanto foi jeito!
Vieram Monsters of Rock, Skol Rock, Hollywood Rock e muitas, mas muitas oportunidades de realizar os sonhos de todos os roqueiros. Estive em quase tudo que rolou nessa cidade e até fora dela, como o Rock in Rio de 2000, onde encontrei cada um dos meus cinco amigos na maior multidão roqueira que já vi na vida. Tudo pelo Iron Maiden…
Vi o Mestre Dio nas últimas apresentações do Heaven and Hell em São Paulo, pouco antes de sua morte e inclusive fiquei com infecção de ouvido pois um dos shows estava alto demais… Pudera… Era na verdade o Black Sabbath bem ali com todo seu poder!
Foram muitas pedras no caminho. Quase todas boas, algumas ruins… Como o show do Stratovarius em 1997, num lugar chamado Cia do Pagode. Quente, lotado, sem estrutura alguma para sediar uma banda que na época era grande demais. Foi um dos piores momentos.
A caminhada de volta para casa do Metallica em 1993, no antigo Parque Antártica foi algo amargo também, apesar de ter sido um feito de vários quilômetros, digno de nota…
Enfim, o fato é que nossa ideia de Rock veio disso e de muito mais, mas principalmente do amor que temos pela coisa. Vivemos o Rock a cada minuto. Por onde andamos, o que quer que façamos, o Rock está lá. A Alana também tem seus momentos, até mesmo antes de me conhecer. Sempre foi e sempre será o caminho dela!
Veio a necessidade, então, de mudar. E caiu como uma luva. Nosso novo nome está mais de acordo com tudo que vivemos e com o que vamos viver daqui em diante. E você, leitor amigo que nos acompanha, vai junto com a gente por esse caminho.
Pensando no novo nome fizemos comparações engraçadas e fonéticas. Mas aí lembrei-me do Jethro Tull e de uma canção que sempre me acompanha desde 1990… Rocks On The Road.
There’s a black cat down on the quayside… Começava assim, com um gato preto parado. Depois vinham outras ideias para sugerir que as pedras no caminho faziam parte do contexto, que para mim é o Rock. Essa canção é um cenário perfeito da estrada do Rock e eu sempre a ouvi sentindo isso. Caía como uma luva.
Mas então achamos grande demais e Roadrock acabou por englobar todo o sentido que queríamos e que tentei descrever a vocês até aqui!
Portanto, nasce agora nosso novo nome!
Somos o Roadrock e viemos para seguir as pedras do caminho, sejam elas boas ou ruins!
Porque o Rock é mais do que a cidade, mais do que simples música, mais do que alguém com uma guitarra!
Rock é nossa vida, nosso caminho.
São as pedras no caminho!
Rocks on the Road…
Roadrock.

Marcos Falcão.
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