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Das origens... Primeira parte - O Caos...

  • Foto do escritor: Roadrock Blog
    Roadrock Blog
  • 2 de fev. de 2021
  • 4 min de leitura



Pedaços de músicas do rádio.


Foi assim que tudo começou. Naquele tempo (1986), existiam os “rádios gravadores”, alguns com um alto-falante, outros com dois. Em casa de repente, veio parar um dos mais simples, que acabou sendo a alegria de todos. Desde simplesmente ouvir as notícias até colocar do lado da TV pra gravar o áudio de séries e novelas (sim, eu fazia isso...).


Foi assim que descobri as FMs e comecei a gostar de música. Minhas fitas eram recheadas de partes das músicas do rádio. A maioria internacionais, algumas até inteiras. Toda à hora era hora de gravar, nem que fossem só alguns segundos.


Desse jeito conheci Cindy Lauper, Madonna, Queen e uma infinidade de artistas que nunca tinha ouvido falar. Vieram também os nacionais, RPM, Paralamas do Sucesso, Ultraje a Rigor, Titãs, Blitz, Camisa de Vênus, entre outras boas bandas da época, da quais me tornei fã muito depressa.

Por causa disso, meus primeiros discos foram nesse sentido. Lembro que no RPM – Rádio Pirata vinha um aviso: Mixado em Sistema de Som Mitsubishi – Ouça Alto! Instrução que sempre segui à risca! Foi com isso que descobri o toca discos de casa, coitados dos vizinhos...


Cabeça Dinossauro dos Titãs veio na sequência, junto com Selvagem dos Paralamas do Sucesso e Correndo o Risco do Camisa de Vênus. Claro que também vieram True Colors da Cindy Lauper, True Blue da Madonna e um inusitado disco do Ted Nunget, State of Shock, presente do meu irmão Esdras. Ele contava que um cliente havia estado em seu táxi e na hora de pagar a corrida, não tinha dinheiro e ofereceu o disco como pagamento, o qual foi muito bem aceito.

Ted Nunget foi meu primeiro contato com pauleira. Hoje sei que nem era muito pesado, mas pra mim aquilo era matador! Passei a curtir e decorar as músicas de tudo que tinha em casa. Logo veio um walkman de presente. Era um mini rádio gravador com dois alto falantes e um fone de ouvido quase perfeito, apesar do tamanho. Muita gente teve isso. Comprado na Galeria Pagé, o aparelho da marca coreana Broksonic se tornou meu melhor amigo.


Nessa época o Esdras comprou um aparelho de som incrível da Gradiente, hoje lendário Spect 87, sensacional para aqueles tempos musicais. Com isso um dos meus passeios preferidos era ir até a casa dele gravar fitas pra ouvir no walkman, pois o taca discos de casa não tinha gravador, só dava pra ouvir os discos.

Graças a essas intervenções uma porta ficou aberta para que ele me mostrasse outras coisas. Aproveitando-se de minha curiosidade, um dia ele me mostrou o Meddle do Pink Floyd, logo na música Echoes, uma suíte de mais de vinte minutos, cheia de sons estranhos e harmonias épicas. Amei de primeira. Gravei até em meu DNA...


Veio depois minha primeira grande relação coma a música pesada de verdade... O primeiro álbum do Black Sabbath passou a fazer parte da minha recém-iniciada coleção e cadeia genética...

Não tardou pra entrar em casa um som de verdade, que gravava! O aparelho da Phillips veio a abrilhantar a sala e minha produção interminável de fitas musicais começou pra valer.

O velho hábito de gravar músicas do rádio voltou forte, mas desta vez as músicas inteiras. Foi assim que Rainbow’s Gold do Iron Maiden chegou aos meus ouvidos. Foi a primeira música do Iron que ouvi e curiosamente era um cover de outra banda (Beckett).

Gostei muito, mas fiquei meio decepcionado, esperava algo mais pesado, pois foram as figuras do Eddie que me despertaram o interesse em conhecer esse tal de Iron Maiden. Interesse mais acentuado ainda pelas palavras de meu irmão, afirmando que Iron Maiden era “pesadíssimo”.


Porém a decepção foi suplantada pelo delírio e a paixão, no mesmo momento em que comprei Killers e depois o Somewhere in Time, praticamente junto com o Live After Death.

Tinha adentrado um caminho sem volta... A partir daquele momento não havia mais nada que me interessasse em qualquer tipo de música que não fosse daquele jeito ou parecida com Pink Floyd, dois lados diferentes de uma mesma moeda chamada Rock.

Ganhei o Dark Side of the Moon do Pink Floyd num domingo frio e chuvoso e foi uma audição de arrancar lágrimas que gerou uma paixão eterna, levando-me na direção de todos os álbuns do grupo. The Wall veio como uma benção, junto com Wish You Were Here adentrando as portas da minha mente e coração, lá ficando para sempre. Tudo isso me levou a aprender inglês, afinal eu queria saber o que as bandas diziam.

Em contrapartida, vieram Scorpions, Motorhead, Saxon, Ozzy Osboure, este que acabou se tornando um Deus pra mim, e todas as fases do Black Sabbath. Tony Iommi foi e é minha inspiração na guitarra. Twisted Sister, AC/DC, Bom Jovi, Quiet Riot, Dio e outras bandas populares naqueles tempos fizeram parte da minha coleção, mas foi numa tarde ensolarada de setembro que duas coisas seminais mudariam o rumo da minha vida pra uma região barulhenta, deliciosa e poderosa.


Naquela tarde comprei Ride the Lightning do Metallica e Reing in Blood do Slayer juntos... O som quase explodiu quando o disco do Slayer começou a tocar e minha alma se identificou de imediato com todo aquele barulho...

Nascia ali minha veia Thrash Metal. Foi uma experiência extraordinária e ao final dos quase quarenta minutos do álbum eu já não era mais o mesmo.

Quando coloquei o Metallica tive a impressão que era leve, dada à introdução calminha de Fight Fire with Fire, mas foi só impressão, pois log a avalanche sonora sem fôlego dos riffs pesados me levou às portas do máximo prazer sonoro...

Estava realmente morto o fã das bandas de Rock Nacional e cantores pop... Em seu lugar erguia-se um roqueiro multi-facetado, capaz de curtir Progressivo, passar por Hard Rock, Heavy Metal e desembocar sem vergonha nenhuma no Thrash Metal.


E At War with Satan do Venon veio para minhas mãos, junto com Delicate Sound of Thunder do Pink Floyd, direto do Mappin Itaim. Loucura absoluta!

Por um lado as coisas mais pesadas da época, inclusive a descoberta do Black Metal, e por outro a suavidade, viagem e sensibilidade do Pink Floyd.

Hoje pensando bem, acho que as pessoas devem ter imaginado que eu estava ficando louco, deve ter sido por isso que pra mim sempre foi muito difícil arranjar uma namorada na adolescência...



Marcos Falcão.





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