Tupi Nambha: Uma promessa do metal nacional (Entrevista)
- Roadrock Blog
- 8 de abr. de 2019
- 7 min de leitura

Olá! Eu sou Marcos Falcão, redator do blog/página Rocktown.
Inaugurando as entrevistas hoje vocês vão conhecer a banda TUPI NAMBHA, lá de Brasília, uma promessa muito original e criativa, que nos brinda com um Metal de qualidade cantado em Tupi Antigo!
Nós aqui do Rocktown procuramos divulgar e apoiar o Rock de todos os tempos e todos os lugares. Eu e Alana Freitas, idealizadora da ideia, buscamos levar aos leitores notícias sobre o que acontece nas tendências do Rock em São Paulo e no Brasil. Apoiamos as novas e boas ideias que possam surgir e divulgamos tudo que podemos e gostamos, procurando manter a chama da boa música acesa, seja em forma de covers de grandes bandas, novas promessas e sons já consagrados, do Brasil, do mundo e de todos os tempos. A cidade respira música, e como não poderia deixar de ser, o Tupi Nambha aparece como ícone de grande qualidade! Por este motivo temos interesse em seguir a banda e divulgar pra todo mundo esse grande trabalho que está sendo lançado!
Marcos Falcão: Primeiramente apresenta para a gente os membros da banda e conta um pouquinho sobre como seu deu a ideia e de onde veio cada um.
[Rogério Delevedove] Boa noite pra quem é de boa noite e bom dia pra quem é de bom dia… É uma enorme satisfação para a banda Tupi Nambha® estar participando deste blog, muito obrigado pela oportunidade, vamos contar aqui um pouco sobre nós, esperamos que gostem… Meu nome é Rogério Delevedove, guitarrista da banda Tupi Nambha ®, nascido e criado no Distrito Federal; temos também o Marcos Loiola, vocal da banda, também candango de nascimento e criação; somos filhos de Brasília, como se diz por aqui… A ideia do Tupi Nambha® se deu a partir da necessidade, como todas as invenções: tínhamos uma antiga banda, alcançamos certa projeção, então a banda se desfez, o Marcos e eu ficamos à deriva um tempo, não perdidos, mas traçando um sonho. Durante esse processo, tínhamos a sensação que tudo aquilo que estávamos vivenciando era mais antigo que nós mesmos, entende? Pode parecer estranho, mas é como se estivéssemos sendo orientados de forma inconsciente; por exemplo, em estúdio as coisas vão surgindo de forma muito espontânea. Um dia, marquei uma reunião para falar dessa percepção, desse desejo de criar algo novo, em Tupi Antigo. De forma sobrenatural, posso dizer, o Marcos ia me dizer a mesma coisa. Nascia ali a banda Tupi Nambha®, o que se seguiu a partir deste ponto foi muito estudo do povo tupinambá e de sua língua, o Tupi Antigo.
Quais as influências do Metal e do Rock em geral que deram origem ao som de vocês?
[Rogério Delevedove] Somos ecléticos por natureza, ouvimos de tudo, desde que seja boa música, então podemos citar todas as bandas de metal, e principalmente do Thrash Metal formam nossa base, mas o tempero vem do regionalismo brasileiro, riquíssimo, o leque de possibilidades é infinito, o grande lance é a mistura. Dê a dois chefs de cozinha os mesmos ingredientes e peça que preparem o mesmo prato: Os pratos, apesar de serem os mesmos, terão sabores diferentes… O desafio é saber dosar os estilos nessa fusão de ritmos. Estamos engatinhado nessa arte, mas o Brasil tem mestres que admiramos muito, o Chico Science é um deles, um alquimista das misturas sonoras.
Como se deu essa ideia de fazer um som em Tupi Antigo?
[Rogério Delevedove] O desejo pelo Tupi Antigo veio por uma necessidade de voltarmos às raízes, além de apresentarmos ao povo brasileiro sua língua nativa. E quem sabe um dia o Brasil abrace seu passado e ressuscite o Tupi Antigo; o Paraguai dá o exemplo, pois além do espanhol, fala-se também o tupi guarani . Estamos no laboratório, misturando poções e esperamos que gostem.
Vocês têm alguma influência religiosa, tipo de Umbanda, Candomblé ou qualquer outra religião de natureza indígena?
[Rogério Delevedove] Ser eclético na música refletiu também em meu contato com a religiosidade, pois experimentei várias: na infância, na escola, éramos doutrinados dentro do protestantismo, minha mãe é católica, meu pai é umbandista; tive contato com o espiritismo, o Kardecismo; na umbanda conversei com Exus, Pretos Velhos e Caboclos, é uma religião linda! Tomei passe e aprendi, sou Reikiano Nível II, estudante de esoterismo, projetor astral amador, mas continuo a caminhada, tem muita coisa oculta… Tem uma antiga máxima que diz: “ O caminho do mago não é para os covardes…” Sinto uma atração muito forte por tudo isso, sabe, estou sempre me testando, ainda não sei o por que de tudo isso. Já provei da covardia e não gostei, o caminho do aprendiz é o que busco, todos nós temos poderes surpreendentes adormecidos, precisamos ativar nossos chakras, abrir o Terceiro Olho, sair da Matrix e ver o mundo como ele realmente é.
Por que Tupi Nambha? Poderia ser outra tribo, existe algum fator histórico que a banda quer expor em seu trabalho?
[Rogério Delevedove] Foi como eu disse, desde o início, a parte criativa vem fluindo de forma muito natural. A escolha pelos Tupinambás já havia sido feita, ficou aguardando a hora de se revelar, fato que ocorreu em nossa reunião onde traçávamos novos rumos. Sem pestanejar, o nome foi pronunciado quando a pergunta pelo nome da banda foi feita; por algum motivo ainda desconhecido, temos uma ligação muito forte com essa tribo de índios guerreiros, acredito que em algum momento de nossas vidas muitas coisas serão esclarecidas.
“Invasão Alienígena” seria uma alusão ao domínio dos portugueses, ou se trata apenas de uma ficção?
[Rogério Delevedove] Sim, você disse bem; acreditamos que os índios sentiram-se realmente invadidos por aliens quando as caravelas chegaram na costa brasileira. Creio que para termos a real noção, somente quando um disco voador pousar no meio da praça e se revelar aos humanos; o que, aliás, já está passando da hora, não acham?
Fala um pouquinho pra gente sobre a proposta da banda, quais são os planos pro futuro, turnês e tal.
[Rogério Delevedove] Buscamos levar ao público o Thrash Metal misturado a ritmos regionais, que chamamos de TribalMetal, além de apresentar ao povo brasileiro e ao mundo nossa língua nativa e selvagem, o Tupi Antigo. Estamos em processo de gravação de nosso primeiro vídeo clipe, vamos fazer o lançamento dele e depois sair em turnê; a ideia e tocar em todos os estados desse nosso Brasil, vai ser maravilhoso, poder conhecer e beber juntos com pessoas com quem só falamos pela internet.
Ouvindo o trampo de vocês, a gente nota uma qualidade impressionante. Boa produção, timbres legais e muito peso na medida certa. Como se deu a produção do play, quanto tempo vocês levaram, onde foi gravado? Conta pra gente o processo do nascimento desse som, quem ajudou.
[Rogério Delevedove] Muito obrigado, ficamos felizes em fazer este álbum e é uma enorme satisfação saber que as pessoas estão curtindo esse trabalho… Então, até chegarmos nesse som, passamos por muitas experiências sonoras, muitas fusões, adoramos esse processo de criação, ficamos horas e horas em estúdio, todos os dias; montamos na casa dos meus pais um estúdio de ensaio, nosso local de criação. Moramos perto dos meus pais, então a logística é favorável. Levamos muito tempo, tudo foi feito com calma, a pré produção foi muito demorada, mas em compensação, quando entramos no estúdio, foi tudo muito rápido. Gravamos no BroadBand Estúdio (https://www.facebook.com/broadbandprod/ ) nosso produtor foi o talentoso Caio Cortonesi (Dyna Head https://www.facebook.com/dynaheadband/ ) que inclusive tocou a bateria e o baixo. O Caio Cortonesi também é cineasta (https://www.facebook.com/procyonfilms/ ) produz vídeo clipes além de curtas metragem.
As letras falam de quê? Apesar de se ter alguma ideia pelo títulos, existe algo mais nas letras que vocês querem que o público saiba, até porque hoje não é todo mundo que fala Tupi…
(MARCOS) As letras falam do dia a dia, das guerras, da espiritualidade, rituais e assuntos contemporâneos, como o caso de Galdino Pataxó, que traz uma reflexão atual de como lidamos com o diferente. Alguns anos de estudo permitiram a produção desses textos; o principal linguista abordado foi sem dúvidas o Eduardo de Almeida Navarro. A maior mensagem que gostaríamos de deixar é a própria língua (Tupi Antigo), língua quase extinta, pois a língua é o maior tesouro de uma nação. Chamamos esse resgate de “Manifesto Tupi Nambha”.
Nós aqui da Rocktown divulgamos e apoiamos iniciativas de qualidade em todas as boas tendências do Rock, e o Metal para nós é sagrado. No Brasil, existem boas bandas e outras boas promessas, que apesar de não serem tão originais como o Tupi Nambha, fazem as coisas acontecerem. Como vocês veem o cenário, especificamente do Metal Nacional, hoje em dia?
(MARCOS) O metal nacional nunca deixará de existir, quando você pensa que ele está morrendo, surgem movimentos como o Levante do Metal Nativo trazendo bandas como Armhada , Tamuya Tharash Tribe, Arandu Arakuaa, Voodoo Prist e muitas outras trazendo elementos brasileiros ao estilo. Então você respira fundo e vê uma luz no fim do túnel.
Como está o cenário aí em Brasília? O que vocês curtem por aí? Recomendam alguma banda?
(MARCOS) Brasília sempre teve um movimento metal muito forte, ouço várias bandas, inclusive outros estilos. Tem dia que eu tô pilhado, aí escuto Terror Revolucionário e Desonra, no outro dia estou mais esperançoso ai escuto Arandu, tem dia que estou nostálgico e ouço Almirante Chiva, todas são bandas de Brasília de gente muito talentosa.
Existe algum plano de cantar em português ou inglês no futuro ou vocês pretendem manter a língua nativa?
(MARCOS) Não, cara, como está no nosso manifesto, a ideia é o resgate do Tupi Antigo.
De Brasília para o mundo…? Essa é a pretensão da banda?
(MARCOS) Engraçado você falar isso, nós não tínhamos ideia que as pessoas de outros países poderiam se interessar pelo som que fazemos, muita gente do Brasil e da Europa nos disseram que o Tupi Nambha é uma banda que traz um som universal também apreciado pelo publico estrangeiro, uma honra para a banda.
Vocês pretendem excursionar pelo Brasil? São Paulo pode ter esperanças em 2018 ou por enquanto vão ficar só em Brasília?
(MARCOS) Se você faz algo na área cultural no Brasil, à prova de fogo, o batismo, a consolidação do trabalho passa por São Paulo, no nosso caso não é diferente, logo estaremos tocando em São Paulo.
O que mais poderá ser encontrado na loja de vocês além do CD?
(MARCOS) Por enquanto está disponível apenas o CD, mas em pouco tempo chegarão camisas, copos, bonés e muito mais, todos poderão adquirir produtos da marca Tupi Nambha.
Contatos para shows?
[Rogério Delevedove] Então, pessoal, para nos contratar para shows é necessário falar diretamente com nossa assessoria, a Roadie Metal pelo telefone (62) 32905706, pelo site http://roadie-metal.com. Ou ainda pelo Facebook da Roadie Metal (falar com Gleison Junior). Gostaríamos de agradecer muito pela oportunidade de participar desse blog/página, para bandas que estão iniciando sua carreira, o trabalho da Rocktown é fundamental, nos dando visibilidade, uma grande vitrine online e isso proporciona aos amadores uma chance. Obrigado, Rocktown, obrigado, Marcos Falcão.
O Rocktown agradece a colaboração de vocês. Obrigado por fazer um som de qualidade e muita seriedade. Divulgaremos tudo que pudermos! E estaremos conferindo o show de vocês pra divulgar na nossa página, quando vierem pra São Paulo. Nossa cidade precisa de coisas maravilhosas como o trabalho de vocês. Aqui a cena do Metal é muito forte, porém carece de coisas mais originais, apesar de termos bandas muito boas.
Aguardamos ansiosamente uma oportunidade de conferir de perto o trabalho de vocês! E fiquem ligados: Logo publicaremos resenha do CD.
Marcos Falcão.
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