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Therion – Pavilhão de Exposições do Anhembi – Horror Expo 2019 20 de outubro

  • Foto do escritor: Roadrock Blog
    Roadrock Blog
  • 30 de out. de 2019
  • 4 min de leitura

A Horror Expo 2019 foi um evento que de 18 a 20 de outubro, onde se apresentaram algumas atrações musicais internacionais, trazendo um pouco de Rock e Metal que permearam todo tipo de coisa relacionada ao mundo do terror. E dentre algumas atrações, no dia 20, domingo, um grande representante da música pesada, os suecos do Therion, encerraram o evento com mais uma apresentação no Brasil.



Ano passado eles estiveram por aqui divulgando a Ópera Beloved Antichrist, uma ousada montagem clássica/metálica de própria autoria, alcançando limites nunca antes experimentados pela banda.

O CD triplo contendo a obra infelizmente ainda não saiu no Brasil, o que não é nenhuma novidade, dada a precariedade tradicional com que as coisas são lançadas por aqui. Então ou você gasta uma grana no importado ou escuta no Spotfy.


No entanto o assunto aqui não é a ousada ópera, mas sim uma pegada completamente diferente desta vez. Contrariando todas as expectativas, o grupo se concentrou em nos trazer na íntegra sua primeira obra trilhando coisas mais elaboradas, mesclando um Metal de qualidade com música clássica, que viria a ser um hábito em todos os lançamentos a seguir. Tivemos o grande prazer de conferir o álbum Theli e toda sua magia, dentre outros clássicos específicos e necessários.



O line up responsável pela execução de canções tão lendárias consistiu de Christofer Johnsson e Christian Vidal nas guitarras, Thomas Vikstrom, Rosália Sairem e Chiara Malvestiti nos vocais, Justin Biggs no baixo e Sami Karppinen na bateria. Músicos de primeiríssima linha que nos trouxeram não menos que o melhor em todos os sentidos.


O Therion abrange não só uma sonoridade de muita qualidade e classe, como um contexto envolvente, cheio de magia, dramaticidade e mistério, desde o começo de sua investida em um Metal mais elaborado, na ocasião de lançamento do Theli, em 1995.



Vale destacar aqui que esse álbum não foi muito bem aceito pelos fãs na época e nem pela gravadora, como o próprio Christofer fez questão de nos contar durante o show. Mas como outros discos mal compreendidos de outras bandas de Metal(e ele citou o Black Sabbath por exemplo), hoje em dia têm seu valor reconhecido e são clássicos absolutos que marcaram muitas vezes novos caminhos na criatividade de seus autores.


No caso do Therion isso não poderia ser mais verdadeiro, pois toda a discografia que veio depois os consagrou como um dos maiores sucessos do estilo, que inclusive permanece até os dias de hoje.


Apesar de Christofer negar a relação direta do Therion com a “Ordem Dragon Rouge” numa entrevista em 2014, é evidente que as letras possuem uma profunda representação de muitos aspectos do Ocultismo. Afinal de contas, Thomas Karlsson, um dos principais compositores da banda, é membros fundador dessa Ordem. Tudo isso e muito mais dá um ar ainda mais interessante ao trabalho do Therion.


E nesta singela oportunidade, com um palco simples, mas muito bem montado, o Therion envolveu a todos no luxo e sofisticação de um de seus trabalhos mais emblemáticos. De Preludium à Siren of the Woods o que se viu e ouviu foi uma apresentação que deu nova vida às velhas canções, soando ainda melhores que as gravações originais, cheias de sentimentos e interpretações magnificamente elaboradas. Muita beleza, muita magia.


De repente o palco simples parecia a coisa mais luxuosa, fazendo com que nos sentíssemos em algum tipo de teatro gótico da antiguidade. Um clima absolutamente arrebatador e com muita qualidade sonora. Tudo estava muito bem e equilibrado, com o peso na medida certa e todas as equalizações impecáveis.


Antes de encerrar o Theli a banda seguiu por outras paragens, enxertando clássicos pontuais e adorados por todos os fãs, tais como Rise of Sodom and Gomorrah, Flesh of the Gods, a belíssima Lemúria executada com muita delicadeza e sentimento, Ginnugagap e Son of the Staves of Time, fechando a noite grandiosa com a última canção do Theli, Grand Finale.


Muitos atributos positivos para descrever essa apresentação impecável. O Therion fechou com chave de ouro a Horror Expo 2019 prometendo voltar ano que vem, deixando o público satisfeitíssimo e cheio de esperança.

Foi uma noite inesquecível.



Um pouco da Mitologia do Therion...


Trata se de uma banda que se destaca por nos trazer um Metal de classe, envolvente, dramático, épico e muito bem combinado com música clássica, especificamente lírica, de uma forma pouco acertada por outras bandas. Mas não é só isso. Letras como Gothic Kabbalah, Son of the Sun, Sitra Ahara e The Perennial Sophia trazem em seu contexto referências muito precisas sobre o lado reverso da “Árvore da Vida” cabalística; isto é, a árvore “Qliphótica”, “Árvore da Morte”.


O próprio Thomas explica quem são e o que representam os onze “Kings of Edom” (faixa presente em Sitra Ahara), em seu livro “Qabalah Qliphoth e Magia Goética”. Rise of Sodom and Gomorrah, uma das mais poderosas faixas do Therion, presente no sucessor do Theli, o álbum Vovin, é clara logo no título, para qualquer um que já ouviu a história bíblica das cidades destruídas , segundo o texto religioso, pelo excesso de pecados. The Perennial Sophia por sua vez exalta a figura de Lilith. “Shekinah” nada mais é do que uma expressão hebraica que denota a glória da presença divina e especialmente feminina. To Mega Therion (A Grande Besta), é um nome mágico assumido por Alaister Crowley dentro da “Ordem Astrum Argentum”.


E esses são só alguns exemplos, pois seria preciso um livro só para falar da riqueza mitológica e ocultista que caracteriza o grande trabalho do Therion. Por essas e por outras é uma tremenda oportunidade estar presente num show desses caras, que sempre surpreendem, encantam e emocionam a todos.



Marcos Falcão e Alana Freitas

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