Tempos de metal
- Roadrock Blog
- 7 de abr. de 2019
- 4 min de leitura
Escrever sobre música hoje em dia é um grande desafio. Ainda mais sobre Heavy Metal, com tantos entendidos de plantão. Vivemos um complexo cenário, com melhores bandas em toda parte, como nunca. Antes tínhamos coisas incríveis também – longe de mim desmerecer os tempos áureos, mas não erámos tão bombardeados por esse volume de informações. Agora, as bandas são separadas por pontos de vista dos mais diversificados e rótulos que se acumulam aos montes. Muitas vezes, novos nomes pra velhas coisas. Diversos grupos dividem e confrontam opiniões das mais diversas. Quem está certo e quem está errado é algo por demais relativo. As faixas etárias variam, as experiências também. Os grupos muitas vezes misturam estilos, épocas, formatos. Não é mais como antes, no outro século, por exemplo, onde a coisa toda começou. Lógico que no meio da bagunça toda ainda se fazem presentes os grupos mais segmentados, mesmo que se configurem cada vez mais num plano um pouco menos popular.

Aqui, eu estou ressaltando a existência de um grupo formado na sua maioria por pessoas de mais de 30 anos. São pessoas mais discretas, com gostos e hábitos diferenciados, que amam suas coleções e seus aparelhos de som, muitas vezes antigos e muito bem conservados. Essas pessoas ainda colecionam CDs e vinis, muitos ainda tem o material que conseguiram na adolescência, principalmente nos anos oitenta. Esse grupo não tem preconceito. Curte todas as tendências do Metal. Vão de King Diamond a AC/DC. Sabem quase tudo sobre suas bandas, leem a respeito, compram livros biográficos e batem cartão nos shows internacionais que povoam os palcos do Brasil inteiro já há muitos anos. Não que os grupos segmentados também não frequentem os shows de suas bandas. Eles estão, sim, presentes. Mas a grande maioria dos públicos são de gente que mantém a chama do Metal viva em qualquer tendência de qualidade. Eu tenho observado isso há muito tempo em todos os espetáculos que vou: Existe um grande prestígio por parte das pessoas às bandas que se dispõem a tocar aqui na nossa “selva” tupiniquim.
As pessoas curtem os artistas sem preconceito. Camisetas das mais variadas bandas desfilam por todos os shows (e sempre vai ter muita do Iron Maiden, Black Sabbath, Slayer, independente se é o Bon Jovi quem está no placo). Os gostos se misturam e convivem em harmonia. Sempre vão existir os críticos, claro. Gente que acha ruim essa ou aquela banda, sempre existiu isso e nunca mudou. Cada um também se acha dono da razão. Essa fantasia povoa mais a cabeça dos mais imaturos hoje em dia, pois quem viveu o tempo e ainda curte hoje o que se faz, tem outro olhar, que é muito mais aberto e compreensivo.
Não há erro algum em curtir diversas tendências do Metal, o que importa é ser feliz e manter a chama viva do movimento no coração, com toda a paz que ele proporciona. O cenário no Brasil convida os músicos a tocarem aqui. Nós amamos as bandas e deixamos bem claro isso nos shows que impressionam sempre pela união e amor que os fãs dedicam aos seus ídolos. No resto do mundo os sentimentos não são tão claros como aqui, e isso sempre fica claro cada vez que uma banda é questionada sobre o público brasileiro. Por esse motivo, também somos rota obrigatória do Metal há muito tempo.
Somos atemporais. E o Underground faz parte disso, como sempre fez, mas hoje existe maior liberdade e diversidade. Vivemos num mar sem fim de informações e novidades, convivendo lado a lado com o velho que acaba sobrevivendo ainda mais ao tempo mesmo com a morte de muitos ídolos antigos. Outras bandas mantém o legado deles vivo, basta observar a enxurrada de bandas novas que surgiram no mundo inteiro, fazendo sua música e seu estilo de vida soar como as antigas bandas do início dos anos oitenta. Podem acusá-los de cópias, mas graças a eles muita coisa permanece viva e a qualidade da maioria dessas bandas é indiscutível, bem como a paixão pelo som que fazem. É gente jovem tocando aquilo que os mais velhos criaram para todas as idades! Fazem parte desse grupo inúmeras bandas, tais como Enforcer, Skull Fist, Lancer, Cauldron, etc… E se espalham pelo mundo, inclusive no Brasil. Mas isso é assunto para outro momento, aqui vale destacar a importância dos grupos e o Metal que chega ao Brasil, pois algumas pessoas afirmam que tudo está acabando, mas os fatos sugerem exatamente o contrário. O Heavy Metal continua vivo em todos os seus desdobramentos, aqui e no mundo. Uma das provas dessa verdade é o festival de Waken, que a cada ano reúne diversas bandas de todos os estilos possíveis. Aqui não temos Waken, mas temos outros festivais que acontecem e mantém a coisa viva e pulsante. Este ano bateu o recorde de bandas que vieram ao Brasil. Foram muitas a cada mês, satisfazendo todos os gostos. E o ano ainda nem acabou e muita gente ainda está com shows marcados, como o Deep Purple, por exemplo, que se apresenta em dezembro, na sua suposta última turnê. Ozzy Osbourne também já marcou shows para o ano que vem por aqui, mais uma de suas inúmeras turnês de despedida…
Todo esse combustível (leia a lista das bandas desse ano ao fim do post) aliado aos grandes covers que se espalham pelo Brasil, incluindo as bandas nacionais de identidade própria que mantém uma qualidade acima da média, como Tropa de Shock, King Bird, Silver Mammouth, Korzus, Krisiun e outros, faz a máquina do Heavy Metal continuar de vento em popa através do tempo. Afirmar que o Metal acabou é no mínimo falta de informação. Tudo sempre continua, se renova, graças ao público, que também evolui e caminha através do tempo
A mudança sempre vem. O final… Bem, o final sempre será uma incógnita, assim como o fim de um arco íris, alguém já viu? Mas dizem que tem um pote de ouro lá. No caso do metal o ouro está na caminhada, está na curtição, está nos corações de músicos e fãs que sonham, vivem e se empolgam nesse movimento que nunca acaba.
Lista de Bandas no Brasil em 2017
ONSLAUGHT
EXUMER
LION’S LAW
PAUL GILBERT TRIO
SATANIC SURFFERS
NIGHT DEMON
GRIM REAPER
SACRED REICH
EXCITER
ACE FREHLEY
BELPHENGOR
LACUNA COIL
BORKNAGAR
RANCID
METALLICA
GRAVE DIGGER
WARPAINT
OPETH
KORN
EVANESCENCE
SUICIDAL TENDECIES
TIGER ARMY
NARNIA
TIM RIPPER OWENS
TOTAL CAOS
PROPHETS OF RAGE
HATEBREED
RHAPSODY
SLAYER
ROB ZOMBIE
RED FANG
GHOST
PENNYWISE
TARJA TURUNEN
SONATA ARCTICA
EUROPE
AMON AMARTH
ABBATH
STEVE VAI
LAMB OF GOD
CARCASS
HEAVEN SHALL BURN
KING DIAMOND
THE DEAD DAISIES
RICHIE KOTZEN
VITAL REMAINS
JOE SATRIANI
DEICIDE
ANATHEMA
TESTAMENT
GEOFF TATE
MR. BIG
NILE
DARK TRANQUILLITY
AIRBOURNE
NUNSLAUGHTER
RAGNAROK
ENSLAVED
TYSONDOG
INCUBUS
THE KILLS
BON JOVI
THE OFFSPRING
DEF LEPPARD
AEROSMITH
RED HOT CHILLI PEPERS
GUNS’N’ROSES
ALICE COOPER
SUFFOCATION
JUDGE
FLESHGOD APOCALIPSE
SEPTICFLESH
P.O.D.
IN FLAMES
VENOM
HELLOWEEN
DE LA TIERRA
MEGADETH
TIGERS JAW
SAMIAM
ANTHRAX
ACCEPT
SATYRICOM
DEEP PURPLE
(Se esquecemos de alguma, comente!)
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