Steve Hackett e Genetics Espaço Unimed – São Paulo – 20 de agosto de 2023
- Roadrock Blog
- 23 de ago. de 2023
- 4 min de leitura

Acredito ser um privilégio não só para os fãs, mas para todas as pessoas de bom gosto, poder prestigiar qualquer artista de qualidade que reverencie matérias antigos de grandes bandas, principalmente daquelas de um passado distante e que já não se encontram mais na ativa.
Nesta noite em questão, quem foi ao Espaço Unimed acabou sendo premiado com duas atrações de qualidade indiscutível, unidas para um único fim: encantar o público com a música do Genesis.
Steve Hackett saiu da banda em 1977 e nunca parou de desenvolver seu trabalho com o Rock Progressivo, possuindo até então uma bela discografia, onde sempre que pôde revisitou clássicos do Genesis, produzindo um material muito rico, presente em todos so seus shows. Inclusive ele mantém vivas composições há muito abandonadas por sua banda de origem.
Sempre acompanhado por músicos de alto nível, Hackett tem um histórico de qualidade, produção e beleza. E desta vez não poderia ser melhor, pois aliado ao Genetics da Argentina tudo ficou ainda melhor.
Em turnê pela América do Sul, contemplando o Peru, Argentina, Chile, Paraguay e Brasil, trouxe um repertório baseado no tour de 1977, de onde surgiu o duplo Seconds out. A intenção é de reviver o show da época em todos os seus detalhes, com mais qualidade para levar o público numa viagem no tempo.


No entanto, na prática a experiência acabou sendo ainda melhor, também pelo fato de haver no set músicas bônus e algumas escolhidas a dedo de sua carreira solo. Celebrando 50 anos da passagem do Genesis pelo Brasil, foram dois shows um no Rio de Janeiro em 18 de agosto e outro em São Paulo no dia 20 de agosto, Steve Hackett veio para deixar marcas ainda mais profundas nos fãs.
O Genetics tem um histórico de executar músicas de todas as fases do Genesis beirando à perfeição, com a fama de ser um dos melhores tributos do mundo, sucesso de público e crítica. Já tocaram com Steve Hackett no Teatro Coliseo e Buenos Aires e em Lima no Peru. Formado por Cláudio Lafalce (baixo e guitarra), Léo Fernandez (baixo e guitarra), Horácio Pozzo (teclado e guitarra), Thomas Preço (vocal e flauta), Daniel Rawsi (bateria e percussão e Jorge Araújo) músico convidado), o Genetics possui uma fórmula adequada para invocar o espírito do Genesis como poucas bandas conseguem no mundo. E desta vez, aliados a uma parte significativa do som magistral feito nos anos 70, ou seja, Steve Hackett, a coisa ficou ainda melhor.
A iluminação impecável e espetacular junto aos painéis de led e o som perfeito proporcionaram ao público uma imersão sensacional capaz de arrancar lágrimas dos mais empolgados. Tudo idêntico ao show de origem, do posicionamento dos músicos no palco ao visual do vocalista, até com barba e cabelo semelhantes ao Phil Collins na época.



Steve Hackett ao centro, cercado pelos outros músicos com um sistema solar perfeito. Duas baterias ativas e sincronizadas durante todo o espetáculo claramente emulando a parceria entre Phil Collins e Chester Thompsom no passado glorioso. Tudo funcionando como um perfeito relógio do tempo, levando a todos aos melhores momentos do Genesis.
Iniciando com Ace of Wands, Spectral Mornings e Shadow of the Hierophant, três viagens estrategicamente escolhidas de sua carreira solo, ficou claro o objetivo de introduzir o público à jornada que se seguiria pelo material do Genesis, começando com Squonk, seguindo pelo set do disco de origem, passando por momentos esperados como Firth of Fifith a Supper’s Ready na íntegra, apresentada como uma das mais longas canções do mundo. O destaque vai também para The Cinema Show com o final Aisle of Plenty, algo que eu nunca tinha visto ao vivo. Também vale o destaque para o diálogo em português com o público, como Phil Collins fez também em 1977.
O bis foi magnífico com The lamb Lies Down On Broadway e Fly on a Windshield deixando o público havido por mais peças do derradeiro álbum de despedida de Peter Gabriel em 1974.

Um show acima de qualquer expectativa, completo e perfeito, demonstrando um casamento muito eficaz entre uma lenda viva e uma banda apaixonada por seus ídolos. Dav até para esquecer que não era o Genesis que estava ali.
Destaque também para a versatilidade do vocalista Thomas Preço e passear de Phil Collins a Peter Gabriel sem deixar a peteca cair. Isso aliado à sua excelência no manuseio da flauta, o que deixou tudo ainda mais fantástico.
Saímos do Espaço Unimed satisfeitos e esperançosos de ter outra oportunidade no futuro. E eu aposto que não somente eu, mas muita gente vai considerar fazer um passeio na Argentina para rever o Genetics um dia.
Quer sentir o drama? De uma olhada em trechinhos que gravei por lá no link abaixo do ROADROCK PROJECT:
Set list:
01 – ACE OF WANDS
02 – SPECTRAL MORNINGS
03 – SHADOW OF THE HIEROPHANT
04 – SQUONK
05 – CARPET CRAWLERS
06 – ROBBERY ASSAULT AND BATTERY
07 – AFETRGLOW
08 – FIRTH OF FIFTH
09 – I KNOW WHAT I LIKE
10 – MUSICAL BOX(CLOSING SECTION)
11 – SUPPER’S READY
12 – THE CINEMA SHOW
13 – AISLE OF PLENTY
14 – DANCE ON A VULCANO
15 – LOS ENDOS
BIS:
16 – THE LAMB LIES DOWN ON BROADWAY
17 – FLY ON A WINDSHIELD
Marcos Falcão.
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