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Reasons For Living

  • Foto do escritor: Roadrock Blog
    Roadrock Blog
  • 12 de abr. de 2019
  • 3 min de leitura

(Originalmente publicada em 05 de agosto de 2018)


Para Marcos


Era setembro de 2013. Eu estava naquilo que chamo de o “santuário” do Falcão (nome pelo qual costumo chamar o cara que vocês conhecem como Marcos). Ele, então, começou a me contar uma história sobre como tinha conseguido um CD cuja capa me captou a atenção. Era colorida e parecia trazer um conceito meio místico. Ele colocou o CD pra tocar e eu fui imediatamente cativada pela suave introdução à flauta: In a Stone Circle, Ian Anderson.


Marcos já havia me apresentado Jethro Tull antes, mas eu considero este momento o meu verdadeiro encontro com a banda, muito embora não fosse um álbum deles, mas sim de seu frontman. Os círculos de pedra são considerados lugares de viva magia para ocultistas e místicos – ouso dizer que também foi mágico o que aconteceu comigo daí pra frente, isto é, sair de uma fase obscura para entrar numa de tranquila esperança.


Muitos consideram a adolescência como uma época áurea e digna das melhores memórias. Para mim, não foi bem assim. Porém, quando desviei meu foco de tudo o que estava me incomodando e foquei nas músicas que este meu amigo me mostrava, a vida começou a ganhar um sentido diferente e que perdura até hoje, enquanto escuto Reasons For Waiting, uma das minhas músicas favoritas e que brilha no segundo álbum do Jethro Tull. Ironicamente, o nome deste álbum representa tudo o que eu precisava fazer naquele momento: No caso, to Stand Up (levantar-se). Apesar das práticas plataformas de streamingque temos atualmente, eu gosto de ir ao YouTube ler os comentários desse tipo de música. Lá, encontro as melhores histórias de pessoas que viveram momentos incríveis em sua juventude setentista ao som de Jethro. Não fui uma dessas pessoas – nem sonhava em nascer nessa época -, mas compartilho do mesmo entusiasmo que eles têm quando se propõem a narrar estas histórias para completos desconhecidos com uma paixão em comum.


Recordo-me de tardes em que voltava do santuário de Falcão como se alguém tivesse recarregado todas as minhas baterias. Não estou exagerando: A vida parecia subitamente vívida e cheia de novidades. Eu parecia estar enxergando um pato branco na parede ou tomando chá (não de cogumelos) com um rato marrom num cálice de maravilhas. Pensando alto, sentia que a vida era uma longa canção, e que acabava cedo demais para todos nós – motivo pelo qual eu deveria encontrar razões para esperar: Esperar a simples graça da existência, como quem cumprimenta o sol ou seu próprio café da manhã. Receio que apenas conhecedores da banda compreenderão este parágrafo.


Música é coisa séria: Nós a estudamos, a respeitamos, a codificamos. Transformada em linguagem que qualquer um que se interesse possa comunicar, a arte que Oscar Wilde disse que “nunca revela seu último segredo” foi produzida em diversas faces nos álbuns de Tull pelos anos afora. Ainda assim, eu continuo insistindo na simplicidade que desperta a grandeza do sentimento. Veja que ideal maravilhosamente simples: Let me bring you songs from the wood, to make you feel much better than you could know.


Não preciso dizer mais nada, mas direi:

Não sei quantas “rocks on the road” ainda terei de encontrar. Mas sei, também, que “there’s a haze on the skyline to wish me on my way” (há uma neblina no horizonte que me faz ansiar pelo meu caminho).


Alana Freitas.

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