Quinta de Peso 14 de Novembro no Madness Rock Bar
- Roadrock Blog
- 27 de nov. de 2019
- 5 min de leitura
Atualizado: 11 de dez. de 2019
Na noite do dia 14 de novembro deste ano o Madness Rock Bar, na região da Cidade Dutra, Zona Sul de São Paulo, proporcionou aos seus frequentadores um evento de muito Rock Clássico e Heavy Metal que contou com três atrações que agitaram a galera.
Foi inicialmente uma grande oportunidade para mim, que estudo baixo na Academia de Música Paulo Castro já há um ano, pois a abertura do evento se deu comigo, Marcos Falcão, no baixo, o professor Paulo Castro na bateria, com César Reinaldo e Matheus Severo nas guitarras e Amanda Basso e Alexander Cruz nos vocais.

Uma reunião com ares de “verificação de aprendizado”, onde tocamos cinco clássicos, Dr.Stein, I Want Out (Helloween), Stormbringer (Deep Purple), Symphony of Destruction (Megadeth) e Battle Hymns (Manowar). Todas ensaiadas com pouco tempo que dispomos, em meio as atribulações de nossos trabalhos e famílias, mas que funcionaram muito bem, dentro do que se podia esperar, esquentando o público para as outras bandas que preencheriam já a madrugada do dia 15 de novembro.
O público aplaudiu bem nossas performances e até trocou ideia com a gente quando descemos do palco. Minha primeira vez ao vivo até que não foi tão ruim e apesar dos problemas técnicos antes e durante nosso set, tudo correu bem e ficamos satisfeitos com os resultados. A intenção é fazer isso mais vezes, com sets maiores e equipamentos mais funcionais. Ficou muito claro que agora os estudos de baixo prometem seguir em direções mais complexas e voltados à formação de uma banda, como deve ser. De todos aqueles músicos no palco somente eu ainda não tinha tido a experiência de tocar ao vivo, algo que confesso me deixou bastante nervoso.
Minha esposa Kátia e minha filha Mariana estavam lá conferindo os resultados dos dias em que passei aprendendo as músicas em casa, e isso para mim foi de grande valia porque um dos maiores sentidos em aprender música é poder mostrar os resultados para aqueles que a gente ama e que nos incentivam a seguir os nossos sonhos.
Quando nossa singela abertura terminou subiu ao palco o Mother Trouble, um Power Trio formado por George Reina na guitarra, Felipe Junqueira no baixo e vocal e Danilo Lima na bateria, que foi a grande surpresa da noite. Os caras são sensacionais e botaram fogo no Madness com covers de Black Sabbath extremamente personalizados principalmente pela guitarra inspiradíssima, que só não roubou a cena por causa dos outros dois músicos que tocaram com a mesma paixão.

O baixista e cantor ostentando um visual a lá Crocodilo Dundee, usando um chapéu de Safari, se destacava com seu baixo de cinco cordas muito bem tocado e cantava legal, em perfeita harmonia com as complexas linhas de seu belo instrumento. O batera por sua vez sentou a mão na bateria, com técnica e força, chegando a lembrar outros bateristas de peso que conheço e gosto, como Sérgio Ciccone (Strinbreaker), Vitão Bonesso (Electric Funeral) e Carlos Camasi (Yessongs), outros que também sentam a mão e se destacam em seus instrumentos como grandes bateristas do cenário em São Paulo.
E entre covers e sons autorais extremamente interessantes, o Mother Trouble ganha a galera com uma espécie de Rock setentista elétrico, chegando a uma margem entre o técnico e o Stoner Metal de muita qualidade e muito bem elaborado. A gente percebe o entrosamento do trio e a paixão com que executam seus trabahlo e isso estimula e enlouquece o público.
Time Machine, tema autoral de duração um pouco maior do que as outros, foi um dos momentos mais interessantes da noite, algo cheio de técnica,com melodias caindo para um Rock Progressivo no melhor estilo do fantástico Rush, em sua fase 2112 – Hemispheres, mostrando ainda mais a dedicação e trabalho com que os caras tratam seus temas.
O guitarrista George Reina se assemelha muito a Guilherme Spilack (Stringbreaker), ambos têm a mesma paixão, eletricidade, simplicidade e pegada. Claro que tive que perguntar a ele sobre isso e foi uma grata surpresa saber que não só ele conhece o Spilack, como há um plano de um evento unindo as duas bandas. Mundo pequeno esse da música, não é? Fiquei imaginando se os dois guitarristas tocassem juntos, seria um show pra lá de bombástico. É um cara ainda mais elétrico que o Guilherme, mas tão talentoso quanto, com certeza seria um grande experimento para a ciência do Rock os caras tocando juntos.
O Mother Trouble é um trio de alto padrão de qualidade, com particularidades muito interessantes, como o fato do guitarrista ser canhoto. Sim isso não seria de grande nota, afinal há uma penca de músicos canhotos em todos os lugares. Mas neste caso é diferente. O cara toca guitarra normal. Nada de instrumento invertido e tal. Ele aprendeu desse jeito e surpreende por sua perícia e capacidade. Simplesmente incrível.
Em suma o show desses caras foi além de todas as expectativas, pelo menos de quem não conhecia o trabalho deles e colocou lenha na fogueira para a grande atração da noite, já madrugada, o Eclair.
Humberto Baraúna na bateria, César Reinaldo e Gustavo Klein nas guitarras e Alexander Cruz no baixo e vocal mostraram muito depressa e com muito bom humor também que estavam ali para nos trazer covers de peso aliados a um trampo autoral já bem conhecido pelos fãs que funciona muito bem. O novo vocalista e baixista mostrou que veio para ficar e trabalhar muito, pois o cara equilibra entre talento, simpatia e perícia, tanto na voz quanto em seu instrumento, dando um novo e interessante fôlego a lá Mike Vescera (Malmsteen/Dr. Sin), à banda.

O palco do Madness é algo pequeno para o poder de fogo do Éclair, que entre covers de Ozzy Osbourne, Guns’n’Roses Iron Maiden, AC/DC e Kiss, apresentou suas músicas autorais com muita maestria, qualidade e entrosamento. Fomos presenteados com algumas composições novas, prontas para serem lançadas, que nos mostraram que a banda experimenta seguir por caminhos mais complexos, sem deixar sua história e identidade de lado.
O entrosamento dos dois guitarristas é algo que impressiona, chegando a lembrar duplas clássicas, como Adrian Smith e Dave Murray (Iron Maiden), claramente uma das grandes influências do grupo.
Humberto Baraúna se destaca como sempre, não só por simpatia como pelo grande trabalho que realiza em sua bateria, muito peso e precisão, cada vez melhor. Uma dedicação inclusive que vai além dos palcos, pois basta conversar um pouco com ele para perceber a grande responsabilidade e ideal que o cara tem com a banda, o que faz muita diferença e mostra que eles vão longe, que há muitos horizontes a serem conquistados pelo grande trabalho da banda.
O Éclair como um todo deixa bem claro o trampo que realiza e aperfeiçoa sempre, é feito por músicos que se combinam, onde a coisa realmente acontece. Eles estão prestes a lançar mais um registro, um álbum completo que virá com grande produção, no qual o lançamento é uma grande surpresa que eu não posso revelar aqui, mas que com certeza vai agradar os fãs e conquistar de cheio os novos adeptos.
A noite terminou com um som que eles haviam criado horas antes, uma espécie de blues elétrico que funcionou muito bem e fechou com chave de ouro uma apresentação que encheu os olhos e ouvidos de todos ali por sua qualidade, maturidade, entrosamento e peso.
Vale muito a pena assistir um show do Éclair. Nem só pelos covers, mas principalmente por seu incrível trabalho autoral, que ganha a galera por sua alma rebelde e pelo trampo das músicas, com toda certeza uma das mais interessantes bandas que compõe o cenário aqui de São Paulo.
E fique ligado no Roadrock, em breve teremos muito mais sobre o Eclair e outras bandas de qualidade por aqui!
E em breve novidades sobre esses caras, amigos queridos que o Roadrock faz questão de acompanhar!
Marcos Falcão.
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