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Prognoise - Solar

  • Foto do escritor: Roadrock Blog
    Roadrock Blog
  • 3 de jul. de 2019
  • 5 min de leitura

Amanhecer...

Alvorecer...


É essa mesma a ideia que se tem ao ouvir o CD Solar, da banda Prognoise de Porto Velho, lá em Rondônia.


O trabalho já começa no clima total setentista, dos mais viajantes que habitavam aqueles tempos obscuros de coisas maravilhosas. Especulações Gravitacionais é exatamente o que o título nos diz. Um instrumental fantástico, cheio de beleza, embalado por uma guitarra lisérgica, cheia de sentimento e mistério, a mistura perfeita para incitar a imaginação de quem ouve, levando nossa mente e nosso espírito a paisagens além da realidade, preparando o terreno para os riffs fortes e bem colocados que dão início a próxima faixa.



Incandescente começa pegando fogo com riffs fortes e bem colocados de guitarra, em contrapartida a um trabalho perfeito de teclados, combinando simetricamente com o baixo e bateria, nos remetendo inicialmente aos climas criados pelos alemães do Grobschnitt há muito tempo atrás, para depois entrar numa suavidade que apresenta os vocais em português, que declamam belas letras, dando continuidade na proposta inicial da canção anterior.


Através desta bela canção, de alta sensibilidade e criatividade o Prognoise nos conduz para dentro de nossa alma e chega a lembrar por breves passagens os momentos mais inspirados de um Dream Theater que empolgou a todos em tempos distantes. A mistura prog/metal aqui funciona de forma tranquila, sem aquelas chatices que a gente vê por aí em bandas “clônicas” de grandes nomes dos estilos, que desfilaram pelos anos noventa e além.


Com o Prognoise você se surpreende cercado pelos mais belos arranjos, pois os músicos não escondem suas influências, tampouco as copiam. Aqui a coisa flui na mais honesta criatividade, apaixonando aqueles que se aventuram, tornando uma experiência prazerosa além das lembranças de bandas anteriores. Isso é uma das coisas que faz o Prognoise figurar como mais uma banda de qualidade na coleção de todo e qualquer fã do bom progressivo, aquele que nos faz viajar, que alimenta nossas almas e nossa criatividade. E isso tudo a gente sente só nessas primeiras duas músicas, pois em seguida a coisa só melhora. De fato, tanto faz amanhecer ou alvorecer... a beleza é a mesma.


Hanging Garden, a aposta em inglês, chega para mostrar que definitivamente não vai ser o idioma o fator responsável por diferenciar qualquer aspecto do som desta Joia de Rondônia. Os violinos de Eduardo Barros nos remetem de imediato a canções do músico japonês Kitaro, mas sem seguir diretamente nesta pegada. A canção suave e viajante é um convite ao deleite, com arranjos belíssimos de guitarra e muito bem ritmada, garante um momento único que nos enche de sentimento e prazer. A sensação permanece a mesma até aqui, é como se fôssemos descobrindo faixa a faixa (por que não dizer minuto a minuto?), tesouros de natureza muito rara, pelos quais nos apaixonamos de imediato. Preste atenção na combinação violino/violão dessa música e diga se estou exagerando. Belo, delicado, sensível. Um verdadeiro show de bom gosto e sentimento.


Insolação chega com tudo, mais uma vez lembrando coisas de um ótimo progressivo setentista, já deixando claro que a banda não se caracteriza apenas pelas viagens imaginárias. Aqui o som segue numa pegada mais rock clássico, chegando a lembrar bandas nacionais como O Terço e O Som Nosso de Cada Dia, levando a jornada literalmente para dentro do Sol, empolgando e mostrando que ainda se pode fazer um progressivo nacional com aquela pegada inspirada que muita gente já usou no estilo, sem perder sua personalidade ou destoar da ideia central de um trabalho dessa qualidade. A verdade é que a coisa toda soa como uma única e grande música até aqui, dando um clima conceitual ao álbum. Essa música inclusive migra para uma realidade espacial e tão climática quanto as anteriores, trazendo a tona ainda mais momentos que nos levam a outras dimensões da percepção espiritual. Realmente, como diz a canção, “quando o Sol vier nos encheremos de luz e o vinho”, bem ele jamais poderia deixar de ser azul, pois aqui o comum se perde em linhas de pensamento que vão muito além da realidade que estamos acostumados.


Singular chega como apenas um momento, em tanto som. Uma bela suíte de violão, singela e bonita, anunciando que a viagem não vai ter fim, mais uma bela letra que ainda traz uma outra surpresa, os vocais belos e sensíveis da cantora Mariana Gonçalves, algo que encanta logo nas primeiras palavras e combina perfeitamente com o vocal principal de Zeno Germano. Realmente nos leva à reflexão da singularidade impressionantemente simples da vida. Essa canção nos lembra coisas do Yes, de tempos onde Jon Anderson nos brindava com temas como Time and a Word, Onward, Turn of the Century, entre outras que marcaram nossas vidas e ficaram para sempre em nossos sentimentos, assim como esta música ficará (para não dizer o álbum todo). Essa canção fecha a ideia do álbum com chave de ouro e poderíamos dizer que foi a parte final de uma grande e única experiência.


Crimsoniana é uma canção ao vivo no Boto Rock Festival, algo que mostra um Prognoise com a mesma criatividade e beleza, sendo uma espécie de bônus. Com pouco mais de dez minutos, se propõe a nos trazer uma viagem que nos remete também aos temas nacionais dos anos setenta e a coisas que vão desde Emerson Lake and Palmer a King Crimson, criando uma teia que vai agradar em cheio aos fãs mais “intrincados” do Rock Progressivo. Outra peça sensacional.



O Prognoise, formado por Alessandro Amorim (baixo/violão), Anderson Benvindo (teclados), Ícaro Dickow (bateria), Victor Salles (guitarra) e Zeno Germano (voz/guitarra/violão) é uma agradável surpresa ao fã do estilo e só vem a agregar talento e qualidade a um estilo pouco divulgado em território nacional, mas que concentra uma gama de excelentes bandas em todos os lugares, sempre contendo em suas fileiras músicos da mais alta qualidade e criatividade.


Ainda para este álbum o Prognoise contou com muitos convidados que só tornaram ainda melhor o que já seria bom, são eles Alessandro Cunha (bateria em Insolação), Mariana Gonçalves (voz em Singular), Hercílio Santana (viola em Singular), Jefferson Almeida (teclados e efeitos em Singular), Paulo Cesar (teclados em Hanging Garden), Eduardo Barros (violino em Hanging Garden) e Vandrin Rodrigues (backing vocals em Incandescente).


O belo e cuidadoso trabalho dessa grande banda ainda nos brinda com uma bela capa, sugerindo o nascimento dentro do Sol, talvez o berço de nossas almas, arte de Bárbara Ugalde.

A produção impecável da banda e Hugo Borges também faz toda a diferença e garante qualidade máxima, sendo um presente aos ouvidos.


Para encerrar esta resenha só posso dizer que se trata de algo de extrema qualidade e bom gosto, que nos mostra que lá em Rondônia também se faz progressivo de qualidade, assim como em muitos lugares desse país, outrora do Carnaval, mas que hoje se destaca isoladamente no undergroud do Rock Progressivo.


Se eu recomendo?? Lógico que sim. Ouça e tire suas próprias conclusões, mas fique avisado que você vai viajar...


E não se assuste se a emoção tomar conta de seu ser.


Isso é Prognoise...


Encontre os caras:

Facebook: Prognoise Pvh-Rock Progressivo

YouTube: Prognoise Pvh Oficial

Veja o video de Incandescente no link abaixo:



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