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Pink Floyd Dream 01 de junho de 2019 - Teatro Eva Wilma

  • Foto do escritor: Roadrock Blog
    Roadrock Blog
  • 19 de jun. de 2019
  • 4 min de leitura

Às vezes é possível sonhar acordado. Descobri isso em 1987 quando ouvi pela primeira vez o Dark Side of the Moon do Pink Floyd. Naqueles tempos de metal jamais poderia imaginar que existisse algo desse tipo, capaz de me emocionar daquele jeito por toda uma vida, assim como todos os outros discos do Pink Floyd culpados por tantos outros sonhos que tenho até os dias de hoje.

Então o Pink Floyd Dream vem de encontro a toda uma cultura progressiva que construí em minha personalidade refletindo em todos os momentos da minha vida, concretizando os sonhos de ver todo aquele trabalho acontecer ao vivo, algo impensável até o final dos anos 80, mesmo através de vídeo.

Acontece que o Dream se compromete a reproduzir o trabalho dos caras com cuidado de se parecer com a banda nos anos 70, focando-se na arte e nos detalhes das composições colocando não só um sonho, mas também o coração em cada canção, cada viagem, executadas com calma e cuidado, sempre como se fosse a primeira vez.


Pink Floyd The Wall, a obra cinematográfica e conceitual de 1979, já havia nos mostrado do que esses músicos são capazes, executando o álbum inteiro na temporada passada, em sincronia a exibição do filme, levando todos para a profundidade e emoção de um trabalho genial, comparado a outras obras conceituais dos anos 70, mas que se destacou por ter sido o último grande trabalho de um Pink Floyd que (salvo The Final Cut em 1982), jamais teríamos de volta, mesmo os artistas posteriormente seguindo em caminhos diferentes que praticamente nos levaram a ter dois “Floyds” diferentes.


E foi como um filme que o Dream iniciou esse novo espetáculo, ainda usando a sincronia entre som e imagem, mas diversificando seu set, desta vez revisitando outros grandes clássicos da história dos ícones do Rock Progressivo.


In the Flesh acendeu o palco autoritariamente, invocando todo sentimento de opressão presente no filme original, ligada a Another Brick in the Wall II, trazendo o sentimento da turnê anterior, ao mesmo tempo já deixando evidente a qualidade de um trabalho, onde a sofisticação e o talento seriam atributos presentes do início ao fim.



O Pink Floyd Dream se destaca também por sua suavidade e cuidado em nos trazer o trabalho dos mestres com a alma e toda a magia dos originais, sem exageros e equívocos que muitas bandas cometem. Com eles não a preocupação de se manter no escuro, soar extremamente sério ou abusar de efeitos e luzes. A pegada é outra. Tudo na medida certa sem caras fechadas ou um excessivo estrelismo. A banda é bem humorada e se comunica com seu público com tranquilidade, tratando as músicas com carinho, tudo na medida certa, nem mais, nem menos. Algo feito de fãs para fãs, com garantia de qualidade.



Alexandre Chamy e Victor Melo(voz e guitarra), Cassiano Music Man(bateria), Marcos Meneghel(voz e baixo), Fabio Bizarria(sax), Francisco Weiss(teclados) e o trio de beldades Regina Migliore, Carina Assencio e Rachel Cossermelli, nos trazem o verdadeiro sonho que caracteriza o nome da banda.


Em Shine on You Crazy Diamond, Money e Us and Them o destaque vai para o Sax de Fábio Bizarria, melhor dizendo para os saxofones, pois o cara administrava dois instrumentos, um grande e um pequeno com maestria e versatilidade impressionantes. E com muita presença de palco nos trouxe solos incríveis tirando o fôlego do público, com emoção e sentimento acima da média comparável a grandes músicos que passaram pela banda original.


Assim é também o trampo das cantoras (backing vocals), que fica ainda mais evidente em The Great Gig in the Sky, onde cada uma canta uma parte trazendo ao público três tipos de emoções diferentes, capazes de arrancar lágrimas não só pela composição original, mas também pelo talento, beleza e sedução nativo de cada uma delas. Regina Migliore e Carina Assencio já nos mostraram toda a sua magia, inclusive separadamente interpretando essa canção em outros momentos e outros projetos. Elas ficam cada vez melhor e desta vez junto a impressionante Rachel Cossermelli, o conjunto chega a beirar a perfeição, pois esta também arrasa com timbres poderosos e uma presença de palco sensacional.


Também em Money o resto da banda merece total destaque, pois é onde a banda se solta e se empolga ainda mais, envolvendo o público numa vibração quase metálica. Momento onde a dupla de guitarristas capricha ainda mais garantido energia e precisão com muita concentração e presença, aliás atributos que são notáveis por todo show.



Evidente que a cozinha de Cassiano Music Man e Marcos Meneghel também impressiona por toda a noite. Um baixo poderoso aliado a uma bateria perfeccionista igualmente poderosa garantem o solo perfeito para melhor colheita musical possível, que aliado ao talento indiscutível de Francisco Weiss nos teclados, faz com que os sonhos se concretizem em suas melhores dimensões. Vale lembrar que o Cassiano, além do jazz presente em sua alma, fui criado entre outras coisas ao som do álbum Foxtrot do Genesis, segundo relatos de seu próprio pai. Então só podia dar coisa boa. O melhor sempre acompanhado dos melhores em todas as bandas que ele toca. Simples assim. E para variar o cara ainda é casado com a Carina Assencio, prova de que uma estrela se atrai por outra estrela e isso acaba gerando um novo sistema onde outros corpos celestes se juntam quase sempre, resultando em galáxias fantásticas onde o talento e a beleza são sempre evidentes.


Esses músicos reunidos com um material tão bom só pode mesmo despertar no público os melhores sentimentos e emoções recebendo todo mundo após o espetáculo com simpatia carinho muitos abraços e beijos, posando para fotos com alegria e disposição, conquistando ainda mais a amizade do público.


Fãs fotografando com a banda

Também se torna necessário observar o desempenho da banda em Confortably Numb e Run like Hell, finalizando de forma bombástica uma apresentação que desde o início já começa ganhando.

E ganhamos nós também, privilegiados por assistir o grande trabalho de um dos melhores tributos ao Pink Floyd do Brasil.


Confira Confortably Numb, no link abaixo, a única que consegui gravar com alguma qualidade, pois tivemos um probleminha técnico que atrapalhou o registro do evento todo.




Siga a banda no face e na internet e não perca o próximo espetáculo!




Marcos Falcão.

Fotos gentilmente cedidas pelo Moamayphotos.



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