Phil Collins Experience – Burlesque Paris 6 24 de Maio de 2019
- Roadrock Blog
- 5 de jun. de 2019
- 6 min de leitura
Que o Phil Collins é um ícone da música pop e romântica desde os anos 80 todo mundo sabe. E hoje é um fato indiscutível que o cara completou seu sucesso também com o Genesis, mesmo que um monte de gente tenha críticas a respeito do trabalho que foi feito pela banda desde 1976. Houve mudanças radicais na proposta. Mas ninguém pode jamais afirmar que a qualidade se foi. Prova disso é a legião de fãs dessa fase, que parece até mesmo crescer conforme o tempo passa.
E hoje, fora do Genesis, o cara ainda está na ativa e não renega seu passado com o Rock, trazendo para seus shows, além de todos os hits de sua carreira consagrada, muitos sucessos de seus tempos mais antigos. Então se torna uma missão arriscada e difícil para qualquer artista que se preze, prestar um tributo ao Phil Collins. E mais difícil ainda é agradar o público exigente que acompanha o trabalho do cara por toda uma vida.

Tudo isso e muito mais, faz com que a gente sinta que se alguém se propôs a uma tarefa de tanta responsabilidade, principalmente num lugar onde a qualidade é um dos primeiros atributos para acontecer um evento, então a probabilidade é que seja algo sensacional. Eu já imaginava que seria uma grande noite. Afinal, um convite da musa inspiradora Regina Migliore, cantora magnífica que participa do Phil Collins Experience, só poderia ser coisa boa, pois a garota não dá ponto sem nó, e preza pela qualidade e talento em todos os seus trabalhos, cercando se sempre de músicos acima da média, a começar pelo incrível cantor e multi instrumentista Horácio Rosário, que também atua na banda 80 Graus e no Rock Memory, agora presente também neste tributo.
O cantor Marco Lobo, que se propõe a interpretar nosso querido Phil Collins, tem timbres quase idênticos ao original, sem exagero algum. Os presentes se impressionaram logo nos primeiros minutos de Something Happened On The Way Of Heaven e não fizeram esforço algum em esconder seu contentamento. Foi casa lotada, todos os ingressos vendidos, todo mundo queria conferir esse trabalho de perto. Tive até algumas dificuldades para gravar o evento de um ponto de vista que não atrapalhasse ninguém, pois o cantor e a banda caíram nas graças do povo muito depressa.

Primeiro que o baterista Jorge Anielo introduziu o espetáculo com um fantástico e muito profissional solo de bateria, meio que duelando com o próprio Phil Collins, que era exibido no fundo do palco, em um de seus momentos de baterista, que hoje já não poderemos mais ter, visto que sua saúde não permite mais que toque como antes. Naquele momento o público já se dava conta de que a seguir só poderia mesmo vir coisa boa.
Quando a banda se posicionou e o som começou a rolar os olhos dos mais empolgados se encheram de emoções. A presença de palco de Marco Lobo, entrando logo em seguida, muito bem trajado e posicionado foi algo impressionante desde o primeiro momento. Muita segurança em cada movimento, cada palavra, cada olhar que dirigia ao público. Conquista imediata completada pela banda simplesmente sensacional. Daí foi só um complemento a ótima iluminação e sincronia da produção do evento, algo que valorizou ainda mais o talento e desempenho de todos.
Cada sucesso era executado com muita perfeição e categoria e se fechássemos os olhos, ninguém diria que não era o Phil Collins quem cantava ali. Impossível deixar de se maravilhar com um trabalho tão sofisticado e cuidadoso. De óculos escuros e trajado como o artista original em muitos dos seus shows, Marco Lobo conquistou as pessoas por sua personalidade e por saber nos trazer o trabalho do artista sem soar como um imitador, mas sim como alguém que se coloca muito próximo do original, com amor e dedicação que só os verdadeiros fãs podem entender de fato. E o cara conversava com o pessoal entre as músicas, trazendo detalhes e um pouco da história de vida do cantor original. Tudo com muita naturalidade e segurança de quem conhece o que faz.

Against All Odds (a conhecida saga romântica que boa parte do público conhece por So Take a Look at Me Now), já concede ao espetáculo um brilho e conforto que todos vieram buscar, destacando o um grande momento do saxofonista Coringa, simplesmente impecável, mostrando que o brilho não é somente exclusividade de seu magnífico instrumento, mas um grande complemento de sua marca pessoal, um talento fora de série, bem ali ao alcance de todos.
O desfile de hits garantiu o sucesso por toda a noite, um set muito bem escolhido em um repertório imenso, onde se tornou impossível destacar qualquer defeito. A primeira meia hora fechou com Do You Remember, uma grande emoção dos anos 90 que é unanimidade entre os fãs e as pessoas de bom gosto. Impossível deixar de falar sobre a beleza e grande atuação da querida Regina Migliore, que não parava um minuto, desfilando seu charme e sua voz impecável ao longo de todo o show.
Vieram depois Follow you Follow Me(primeiro momento “genesiano” da noite), You’ll be In My Heart(tema inesquecível da animação “Tarzan”) e In The Air Tonight, grande som do primeiro disco do Phil Collins (Face Value de 1981), sempre muito esperada por causa de seu clima sério e sua bateria poderosa, destaque absoluto, mesmo não sendo Phil quem toca bateria atualmente.
That’s All foi outro momento de um grande passado que sempre agrada as pessoas. Mas ainda viriam outras peças dos antigos quebra cabeças do cantor, como a poderosa Mama, Home By The Sea e, mais para o final, a indispensável Invisible Touch, que na época (1986), reafirmou que o Genesis seguiria mesmo por um caminho mais simples que os de seu passado setentista.
O baixista Maurício Brotinho, parte essencial da banda, segurou muito bem a onda, garantindo à massa sonora uma eficácia impressionante, assim com o tecladista Alex Hirata que foi um show à parte, essencial para o sucesso do conjunto da obra. Por todo o show ficou evidente a perfeita combinação desses músicos, uma banda muito bem pensada e reunida com grande talento e competência.

Sussudio, que aparentemente seria o final do show, foi o grande momento de apresentação dos músicos e empolgação de todos, que pediam essa música desde o começo da noite. Houve até um carinha muito simpático, provavelmente membro do fã clube do Phil Collins que subiu em um dos lados do palco, onde realizou uma espécie de sapateado, lembrando algumas performances que o cantor original fazia. Claro que esse simpático carinha foi aplaudido por todos e depois continuou ali, sentado ao lado do palco, batendo palmas e curtindo muito. Legal ver a empolgação de um verdadeiro fã diante de algo com tanta qualidade.
E viria o momento em que a Regina Migliore, simplesmente apresentada por Marco Lobo como a melhor cantora da banda, poderia nos brindar com ainda mais de seu charme e talento. Easy Lover encerrou o espetáculo e a musa dividiu lindamente (como não poderia deixar de ser), os vocais com o cara, numa interpretação de tirar o fôlego até do mais exigente espectador. Segura, perfeita e positiva. A moça desfilou pelo palco e levou a galera à loucura, ainda dividindo o vocal com Horácio Rosário, que não decepcionou, cantando perfeitamente como de praxe, o cara detona em seus trabalhos, afinado e poderoso, brilhando ainda em um solo de guitarra matador, mostrando que não está mesmo para brincadeira.
O que tínhamos ali no palco era algo acima de todas as expectativas, que garantiu simplesmente uma noite fantástica e cheia de brilho, talento e beleza.
Após o término os músicos receberam todo mundo, tirando fotos e trocando ideias, numa simpatia impressionante, com abraços e beijos, numa grande festa em comemoração ao sucesso da noite. Marco Lobo se destaca por sua paixão em dar atenção a todos, sem máscaras, numa humildade magnética que deixa as pessoas muito a vontade.

Todos eles nos receberam muito bem. Minha querida Regina Migliore dedicou um pouco de sua atenção ao Roadrock, assim como o amigo Horácio Rosário, com quem pude trocar ótimas ideias e agradecer pelo grande desempenho. Ambos foram muito simpáticos em passar alguns momentos conversando comigo e com minha esposa Kátia Falcão, presente junto com as amigas queridas Edinalva Ribeiro e Eliane Costa, que voltaram para casa simplesmente maravilhadas.

Dia 18 de julho tem mais. Sim o Phil Collins Experience faz um segundo show no mesmo lugar, para qual já estão sendo vendidos ingressos.
Portanto acesse https://www.facebook.com/events/443007276268082/ e corra para reservar seu lugar, pois essa experiência é algo simplesmente imperdível.
Aproveite para dar uma olhadinha também na página do Marco Lobo: https://loborocker.wixsite.com
E apesar de algumas dificuldades para gravar, como já descrevi, consegui um ótimo registro do espetáculo que você pode conferir na sexta edição do Programa Roadrock On Stage, já disponível no link para o Roadrock Blog, que você acessa abaixo:
Marcos Falcão.
Comments