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Only a Fool Would Play That: Steely Dan Cover

  • Foto do escritor: Roadrock Blog
    Roadrock Blog
  • 12 de abr. de 2019
  • 5 min de leitura

(Originalmente publicada em 11 de agosto de 2018)


Teatro UMC – 27 de julho de 2018

Em seus muito bem sucedidos álbuns nos anos setenta, o Steely Dan alcançou uma boa popularidade juntando elementos de Jazz, Pop, Rock, R & B entre outros. Walter Becker e Donald Fagen, a dupla central da coisa toda, conseguiram chegar a um extremo de perfeição pouco frequente nos artistas da época, principalmente entre os que ousavam trabalhar com misturas de estilos. Claro que esse tipo de coisa era até comum, e sempre apresentava resultados satisfatórios, salvo raras exceções. Para muitos foi a era dos experimentalismos de onde saiu muita coisa boa. Quando um artista encontra a alquimia correta nas misturas que sua criatividade lhe permite explorar, os resultados são impressionantes. Até hoje vemos as tendências surgirem de experimentos bem colocados, onde o equilíbrio entre talento e criatividade  são sempre evidentes. O que se destacou no Steely Dan, além de uma genialidade capaz de criar algo com todas as tendências da época e conquistar o gosto de diversas tribos que muitas vezes não tinham nada em comum, foi sua busca pela perfeição, primando pelos detalhes. Música da melhor qualidade, pensada e muito bem cuidada.


Dessa magia sonora nasceram clássicos como Do It Again, My Old School, Dirty Work, Reelin’ in The Years, entre outras canções que muita gente conhece. O álbum Aja, considerado por muitos como o auge do perfeccionismo da banda, também seu melhor trabalho, é cultuado pelos fãs desde sempre. Nestes nossos dias de século XXI vivemos tempos difíceis de encontrar registros em formatos como vinil e CD, que são os que realmente interessam aos fãs e colecionadores. Mas o Steely Dan vive através dos canais de streaming e downloads de mp3, onde podemos conhecer todo seu trabalho de uma forma bem prática.


O baterista Cassiano Music Man teve a ideia de criar esse projeto não somente por causa do Aja, mas por toda a brilhante discografia do grupo, onde o objetivo é simplesmente reviver com classe, qualidade e talento, os melhores momentos da incrível trajetória do Steely Dan.


Only a Fool Would Play That, também nome de um dos sucessos do grupo, é uma banda formada metodicamente e com muito cuidado, reunindo músicos de qualidade absoluta, maturidade e talento indiscutíveis, a fim de reproduzir com extremo sentimento e fidelidade a obra histórica de uma banda que soube ser original em um tempo onde proliferava todo o tipo de coisa, uma época onde grandes bandas surgiram e influenciaram as futuras gerações até os dias de hoje.


Trata se de um ousado passo, onde não basta apenas trazer à luz dos novos tempos os maiores sucessos de uma banda dos anos setenta, mas sim executar releituras que não ferem as obras originais, colocando junto a personalidade dos músicos, sem perda nenhuma do conjunto da obra, juntando também as histórias que levaram às composições e toda a fábula desenvolvida pelos compositores originais. Uma tarefa realmente delicada, onde para realizar la, além do próprio Cassiano na bateria, temos uma equipe formada por Roger Troyjo (vocal principal), Marcelo D’Angelo (guitarra), Vinicius Nipote (baixo), Mário Carvalho (teclados), Carina Assencio, Regina Migliore e  Rachel Cossermelli (vocais), Wesley Pereira (trompete), Francys Silva (trombone), Danúbio Pantoja (sax) e  João Farias (percussão). Os quais são devidamente apresentados pelo baterista um a um, recebendo os aplausos da plateia, antes mesmo da execução da primeira música. Todos muito comprometidos e dedicados, esses músicos conseguem realizar a alquimia Steely Dan de forma surpreendente e segura. Doze talentos que nos trazem não menos que o melhor. Trata se inclusive do único cover do Steely Dan na América Latina até o presente momento. Então isso faz de suas apresentações uma oportunidade única de conferir um trabalho no mínimo revolucionário.


Uma Big Band muito bem arranjada e com uma baita presença de palco, um show muito bem estruturado, nos trazendo momentos de grande emoção e empolgação, pois o material original é reproduzido com dedicação e sentimento de quem gosta do que está fazendo. Transparece a cada minuto do show que os músicos são, além de tudo, fãs do trabalho e que curtem e o tratam com muito amor. Isso faz a coisa toda funcionar ainda melhor. Espalhados pelo palco, esses músicos conquistam o público logo nos primeiros momentos, contextualizando cada canção, deixando as pessoas a par do que dizem as músicas e de fatos e curiosidades que as acompanham através da trajetória da banda original, envolvendo a todos na linha do tempo de um passado glorioso.


Dentre diversos sucessos, o maior destaque do espetáculo é a execução na íntegra do Aja, comemorando seus 41 anos de existência, que também vem cheio de histórias, que você só vai saber indo ao show. Mas o espetáculo não se restringe a isso. Outros hits são executados com a mesma dedicação e o encanto acontece de diversas formas. Destaques para as charmosas interpretações das adoráveis cantoras: Dirty Work com Carina Assencio, Kid Charlemagne com  Rachel Cossermelli  e Josie com Regina Migliore. Cada uma do seu jeito, imprimiu cor e forma a essas canções como nunca, sem perder a originalidade, mas colocando a marca pessoal do talento e beleza que cada uma delas tem de sobra.


E foram diversos os momentos de magia que se desenrolaram pelo palco do UMC. Reelin’ in the Years, Black Friday, The Fez, Gaucho, entre outros sucessos nos transportaram diretamente para as ruas de Nova Iorque dos anos setenta. Uma experiência única e inesquecível. Aqui podemos ver toda a perícia e sentimento de Cassiano Music Man e sua bateria de sonho. Mas não é novidade pra quem já conhece seu trabalho. Tudo que esse músico se envolve ganha um brilho especial. Experimente vê lo em Standards, um distinto projeto de Jazz com sua adorável esposa Carina Assencio. Também ali se destaca sua bateria muito bem cuidada em todos os detalhes. Aliás uma combinação perfeita com a percussão essencial de João Farias, caprichando no tempero do som.


Roger Troyjo e suas vocalizações impecáveis também aqui assume mais um papel, dentre tantos outros que tenho a honra de acompanhar já há vinte anos. Como sempre, ele não decepciona. É uma artista que como o vinho fica melhor com a passagem do tempo. Sempre uma satisfação espetacular contemplar seus trabalhos.


Vinícius Nipote no baixo caiu como uma luva neste projeto. Músico que sempre acompanha o Roger em alguns de seus trabalhos, aqui essencialmente se destaca, sendo o baixo de extrema importância para a mistura musical que é o Steely Dan, e Marcelo D’Angelo na guitarra apresenta se como um músico excelente e compromissado que impressiona com muito talento.



A inserção indispensável dos metais, onde brilham Wesley Pereira, Francys Silva e Danúbio Pantoja, dão um charme todo especial e fundamental, tanto quanto os teclados competentes de Mário Carvalho. Tudo isso aliado as belas e competentes cantoras Carina Assencio, Regina Migliore e  Rachel Cossermelli faz com que o Only a Fool Would Play That se torne algo extraordinário, uma verdadeira encarnação do Steely Dan décadas depois de seus maiores sucessos.


Doze músicos. Doze estrelas com brilhos singulares, que unidos no palco nos trazem uma galáxia onde impera o bom gosto, o talento , a sensibilidade, a paixão e a beleza. Assistir tudo isso nessa emocionante empreitada é um presente que o Universo pode nos dar. Ainda mais para quem já conhece o trabalho do Steely Dan, pois pode comparar e ver que tudo que eu escrevi aqui não tem nenhum tipo de exagero, mas sim de pura verdade. O q i9ue se tem nessa apresentação é um sentimento bem parecido com o dos músicos originais, impressionando pelos detalhes. Para mim e tenho certeza que não é diferente para quem conhece esse trabalho, não há defeitos no espetáculo. É sim um paraíso de contentamento, pois todos fazem muito bem sua parte. Temos aqui simplesmente o melhor, como de praxe em tudo o que esses músicos se envolvem.


Quer saber mais sobre os trabalhos de todos eles? Fique ligado aqui no Roadrock, pois estamos sempre presentes, participando e divulgando quase tudo que esse pessoal faz e o Only a Fool Would Play That – Steely Dan Cover, só vem a abrilhantar ainda mais as fileiras de música de qualidade que compõe nosso trabalho.




Marcos Falcão.

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