Nas alamedas, nos pinheirais: Quintal de Clorofila
- Roadrock Blog
- 14 de abr. de 2019
- 2 min de leitura
(Originalmente publicada em 06 de novembro de 2018)
Não é nada além de um começo de tarde de primavera – é isto que digo para mim mesma enquanto escuto o ressoar do violão sobre o qual flui o canto dos menestréis.
A primeira vez que ouvi falar dessa banda foi no Café Piu Piu, na companhia sempre interessante dos membros da banda Oaklore. O nome era bastante exótico para os meus ouvidos e foi certamente por isso que não esqueci.
Não sei o motivo, mas toda vez que coloco para tocar o álbum O Mistério dos Quintais, me arrepio diante da melódica harmonia. Este vinil da banda gaúcha Quintal de Clorofila, lançado em 1983, foi para mim um precioso achado; com direito a arranjos de flauta que me fizeram lembrar o inesquecível Jethro Tull. A “raiz” do grupo é formada pelos irmãos Negendre e Dimitri Arbo, que em sua musicalidade me transportaram para um estado de espírito profundamente conectado à natureza, como se eu estivesse caminhando numa trilha e escutasse a canção vinda do fundo de uma misteriosa floresta de uma era que não esta. A letra profunda da primeira faixa, As Alamedas, de um ritmo bem estruturado e com rico potencial metafórico também manteve cativa a minha atenção.
Quem sabe se o grosso tronco do pinheiro Se o forte tronco do pinheiro cai Nas alamedas, no pinheirais Nas alamedas, o sol não entra mais.

Lamentei que fosse o único disco disponível do Quintal de Clorofila, mas ouso dizer que isso só aumenta a “magia” presente no som. Movida de vívida curiosidade, procurei por posteriores trabalhos dos irmãos Arbo. Em 1995, eles trabalharam no Temporal, disponibilizado para download gratuito no site do próprio Negendre. Também encontrei trabalhos solo do artista no Youtube, um dos quais você pode conferir abaixo:
É notável que a canção, apesar de diferente do que pude ouvir no álbum do Quintal de Clorofila, mantém o feeling que me envolveu logo nos primeiros acordes de O Mistério dos Quintais.
Para finalizar esta breve “ode” aos líricos gaúchos dos anos oitenta, compartilho com os leitores do Roadrock a canção que intitula este texto. Apreciem!
Alana Freitas.
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