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Martin Barre – 50 anos de Jethro TullEspaço das Américas – 05 de março de 2020

  • Foto do escritor: Roadrock Blog
    Roadrock Blog
  • 8 de mar. de 2020
  • 4 min de leitura


Falar sobre a importância do Jethro Tull para o Rock e para a música mundial seria chover no molhado. Afinal qualquer um que gosta do estilo já há algum tempo, e outros que são de gerações mais recentes, ao menos ouviram falar no fenômeno rotulado de Progressivo (mas que vai muito além desse título), onde constava a existência de um vocalista e flautista no mínimo excêntrico, que faz toda a diferença, Ian Anderson.


O fato é que a banda encerrou suas atividades oficiais em 2011, mas continuou existindo de diversas formas. Seus músicos principais (únicos juntos por toda a saga desde 1968) continuaram difundindo seus trabalhos com outros artistas, até mesmo ex-membros de tantas formações diferentes e de formas diferentes, criando desdobramentos musicais nunca imaginados até mesmo por eles nos tempos áureos do Jethro Tull, banda responsável pela venda de 65 milhões de discos em sua longa caminhada.


E esta celebração do guitarrista Martin Barre vem bem a calhar como mais um momento único, onde a música do Tull se mostra de formas novas, sem deixar o feelingantigo de lado. Com os convidados ilustres, Adam Wakeman (filho de Rick Wakeman) e Dee Palmer (esta senhora escreveu junto com John Evans todas as partes de cordas conhecidas do Jethro e segundo Barre, entende a música até do avesso!), o guitarrista se propõe a nos trazer, além dos obrigatórios hits amados por todos, coisas que nunca foram vistas ao vivo, tudo com novas roupagens, sem as flautas, mas com ênfase principalmente nos arranjos de guitarras, fazendo do espetáculo algo único, Jethro Tull interpretado por uma banda competente, mas sendo um trabalho de Martin Barre, afinal o show de um guitarrista precisa ser de guitarra, por isso não se tratam aqui de covers dos tempos antigos, mas sim de uma história contada por alguém que viveu 50 anos dessa música maravilhosa.



Era para ter vindo junto com ele o baterista original Barrymore Barlow, mas por algum motivo veio outro, Darby Todd, que não deixou nada a desejar. O resto da banda também foi muito competente. O vocalista Dan Crisp, com timbres parecidos como os de Ian Anderson em seus bons tempos, caprichou nos vocais e, ao invés de flautas, trouxe consigo outra guitarra, duelando magnificamente com Martin Barre durante todo o show, sem deixar a peteca cair. Claro que todos sentiram a falta das flautas, inclusive a gente ouvia os arranjos na cabeça, onde deveriam estar, muitas vezes substituídos por notas da guitarra de Dan.


Mas isso não fez do show um fiasco, muito pelo contrário. As músicas de diversas épocas foram magníficas e arrojadas. Também graças ao excelente baixo de Alan Thompson, que fez toda a diferença.


A dupla de tecladistas Dee Palmer e Adam Wakeman funcionou muito bem, lembrando mesmo o trabalho de John Evans, compondo com o resto da banda e seu artista principal, uma química muito valiosa, Jethro Tull da melhor espécie, mesmo sem as flautas ou a personalidade marcante de Ian Anderson.


Nosso artista principal foi muito simpático com o público, agradecendo sempre por todos estarem ali e pela lealdade que ele fez questão de deixar claro que é algo que vem do coração. Nos telões projeções de imagens antigas, clipes e shows dos tempos dourados serviam de moldura para toda a sonoridade mágica entoada numa noite muito especial.


Um show para agradar em cheio os verdadeiros fãs do Jethro, aqueles que entendem o trabalho e compreendem o respeito com que tanto Ian Anderson quanto Martin Barre têm com todo esse material, nunca estragando as músicas, mas sim nos trazendo trampos muito originais que só fazem com que toda essa obra imensa perdure através das gerações.


Martin não vê Anderson há nove anos, então o fato de vir ao Brasil coincidentemente num ano em que Ianvem em junho, trazendo o Jethro Tullcom outro guitarrista e comemorando os mesmos 50 anos não estão relacionados. Podemos esperar um show clássico do Jethrocom muitas músicas executadas por Martin, mas isso não é nenhuma tortura para o verdadeiro fã, que só vai se deliciar novamente, mas desta vez com a banda original.


Podemos esperar Thick as a Brick na íntegra, pois o que se sabe até agora é que serão enfatizadas pelo vocalista e flautista as fases mais progressivas.

Mas isso é outra história. O que fica para o momento é que foi uma grande noite, com músicos de peso e qualidade, algo que de fato colocou sorrisos em todos os presentes, mesmo naqueles que não entenderam a proposta e ficaram falando que Jethro não existe sem Anderson...


Um desses encontrei no banheiro reclamando que sem as flautas não era bom, daí sem consegui me conter, disse a ele que as flautas viriam em junho. Ele ficou me olhando curioso e senti a necessidade de contar que o Jethro Tull mesmo viria em 27 de junho, ao passo que ele respondeu surpreendido que havia comprado então ingresso para o show errado...


Foi inevitável não notar a galera em volta rindo do cara, enfim...


Uma noite incrível, de alto padrão de qualidade e respeito com tanta coisa boa.


Um momento que nos mostrou que Jethro Tull é uma obra muito maior que seus músicos que convence por sua própria excelência. Talvez por isso tenha sido interpretada por tantos músicos diferentes ao longo de sua história sem perder sua essência e magia.

Valeu muito a pena!


Set da noite:

My Sunday Feeling

Back to the Family

For a Thousand Mothers

Nothing is Easy

To cry You a Song

Hymn 43

Aqualung

Warchild

Sea Lion

Cross Eyed Mary

Heavy Horses

Songs from the Wood

Hunting Girl

trecho de Thick as a Brick

Minstrel in the Gallery

Teacher

A New day Yesterday

Jump Start

Bis:

Locomotive Breath



Marcos Falcão.

Agradecimentos mais uma vez ao incrível fotógrafo

Marcos Vinícius Trojan Stertroist .

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