Heaven and Hell – Dio Tribute Café Piu Piu 22/08/19
- Roadrock Blog
- 8 de set. de 2019
- 5 min de leitura
Ronnie James Dio, como ficou conhecido o cantor Ronald Padavona, se tornou uma figura lendária. Não pelo fato de ter nos deixado em 2009, partindo desta para melhor, após uma bela carreira. Mas sim por ter sido dono de uma das mais incríveis vozes que o Metal poderia ter. E claro, ter pertencido a duas grandes bandas(Rainbow e Black Sabbath), ao lado de mestres da guitarra como Ritchie Blackmore e Tony Iommi. Isso sem mencionar sua bela carreira solo com a banda Dio, onde também figurou ao lado músicos excelentes, como o guitarrista Viviam Campbell e Craig Goldie.

Nosso querido baixinho, Dio como ficou conhecido, era uma personalidade de destaque também por sua simpatia, simplicidade e acolhimento que tinha com todos que se aproximassem, algo que completava de forma magnífica com seu talento, dedicação e sentimento em todo seu trabalho. Então é mais do que justo e de certa forma essencial que suas obras sejam sempre lembradas e colocadas como material obrigatório a todo aquele que quiser conhecer a história do Heavy Metal e do Rock, de uma forma geral.
Nessa vibração fantástica chega até nó o Heaven and Hell Dio Tribute, que revisita clássicos de três de seus grandes momentos no Rainbow, Black Sabbath e sua carreira solo com a banda Dio. Na noite em questão, dia 22 de agosto, o grupo se apoderou das instalações do Café Piu Piu pela primeira vez, agora fazendo parte do “Projeto Quintas Tributo”, já tradicional na casa há mais de vinte anos, sempre apresentando grandes bandas.
Com uma cenografia significativa, ostentando pilares com o diabinho da Capa do Holy Diver e grades góticas dos dois lados do palco, a suposta entrada para o castelo, ou cemitério(isso fica a critério da imaginação de cada um), é onde a bateria se posiciona, funcionando de uma forma bem legal no pequeno palco central da casa, que como vemos ao longo do show, se torna ainda menor para o grande poder de fogo da banda.

Após uma breve introdução de E5150 do álbum Mob Rules(Black Sabbath), a banda começou a detonação com Neon Knights, do anterior Heaven and Hell(Black Sabbath), mostrando logo de cara que vinha para quebrar tudo, apesar deste início ser sem pressa, com riffs bem colocados e uma velocidade ideal, apesar de inicialmente a guitarra estar um pouco baixa para o público, algo que foi corrigido já na próxima canção, a bombástica We Rock (Dio) que coladinha com Stand Up and Shout(Dio), começou a tacar fogo na galera.
Marcelo Saracino, vocalista carismático e talentoso, com um look muito interessante, ostentando um cabelo curto bem arrumadinho que em combinação com sua barba lhe conferiu um ar de cavaleiro medieval, deu um show de interpretação, com movimentações idênticas às do baixinho e uma habilidade sensacional em girar o pedestal do microfone. Isso sem falar nos timbres de voz do cara, muito parecidos com o original e cheios de sentimentos, o que denunciava de cara que aqueles trabalhos eram feitos de fãs para fãs.
E a roupa do menino era demais também. Duas túnicas iguais às que Dio usava em seus últimos shows, uma para cada entrada(a banda fez duas), preta na primeira e branca na segunda, conferindo um ar ainda mais realista ao cantor. Se ele tivesse os cabelos compridos muita gente ia ter dúvidas se não era mesmo o Dio que estava ali, apesar dos rostos serem completamente diferentes.

Time Machine(Black Sabbath) foi mais um momento de classe que mostrou a casa o potencial da banda de forma espetacular. O baterista Marcus Dotta e sua pegada a lá Vinnie Appice em seus bons tempos, compunha uma cozinha brutal com o baixista Fábio Cárito, combinando muito bem com o guitarrista Walter RX, um cara contido, concentrado em nos expor seu talento e sua criatividade nos solos magníficos, uma mistura de Tony Iommi e Viviam Campbell, fazendo do trabalho da banda algo fora de série. Tudo isso e a voz incrível do Marcelo fez muito depressa a alegria de todos que lá estavam e dos que estavam ainda chegando, pois eram surpreendidos pelo mais puro néctar dos principais trabalhos do Dio.
Kill the King(Rainbow) introduziu o épico sensacional The Sign of the Southern Cross(Black Sabbath), que com sua cadência ponderosa no levou até o meddley Egypt/Children of the Sea(Dio/Black Sabbath) que o baixinho fazia questão de tocar quase sempre nas turnês com sua banda. Simplesmente lindo!
Merecem destaques ainda Gates of Babylon(Rainbow), I(Black Sabbath), onde os riffs matadores deixaram a galera de pescoço quebrado, Die Young(Black Sabbath), momento em que as adaptações do guitarrista fizeram desta música algo muito parecido com o que Tony Iommi fazia nas turnês do Heaven and Hell, dando forma e ainda mais beleza a esta canção.
Claro que a noite foi algo muito difícil de destacar pontos baixos, pois ainda tivemos Computer God(Black Sabbath), Rainbow in the Dark(Dio) e Stargazer(Rainbow), momentos que trouxeram ainda mais brilho a uma apresentação já vitoriosa. E depois, pra quebrar tudo e amansar os corações dos mais sensíveis, The Temple of the King e Catch the Rainbow(Rainbow), ambas com voz e violão, encantaram o bar inteiro, colocando todo mundo aos pés da banda, que já em sua segunda entrada estava ainda mais poderosa, segura de que a noite era deles, o que ficou bem claro com o final, estrondoso detonando Heaven and Hell no volume máximo, chamando a galera toda, inclusive os sempre presente grupo “Os de Quinta”, onde encontramos Clovis Guimarães, André Bortolo, Cidinha Horvante, Fábio Esteves, Cláudia Gfm, Eduardo Souza, entre outros amigos que batem cartão nas noites tributo, sempre alegres e registrando tudo.
Vale destacar que fui muito bem recebido pelos caras durante o intervalo, que fizeram questão de falar com todo mundo. Ganhei inclusive duas palhetas, uma do guitarrista e outra do baixista, que ficaram muito satisfeitos em saber que o Roadrock estava ali para divulgar seus trabalhos.
No final o povo não queria que a banda terminasse e exigiu um bis, sendo prontamente atendido com a épica e não menos bela do que muitos momentos da noite, All the Fools Sail Away, que destroçou o coração da galera, cravando uma baita cruz no peito de cada um para deixar a lembrança de que o Heaven and Hell Dio Tribute veio para ficar e vai voltar ao palco do Café muito em breve.

Uma noite pesada, cheia de sentimento e recheada por um trabalho espetacular, profissional e competente. O Heaven and Hell Dio Tribute foi uma agradável surpresa a todos aqueles que são fãs do bom e velho Heavy Metal, amplamente praticado pelo grande Dio e todos os artistas que o acompanharam em todos as bandas por onde passou. Não tivemos nada do Elf, mas eu acredito que a banda logo irá inserir alguma coisa deste significativo começo de carreira de um dos maiores vocalistas que o Metal já teve. Afinal, dentre tanto material bom, fica muito difícil compor um set list sem deixar nada de fora.
Imaginem vocês o trabalho que foi montar o 13º Programa Roadrock On Stage. Afinal, vocês não acharam que eu ia deixar de divulgar um trabalho como esse, não é?
Então veja no link abaixo os principais momentos dessa noite que entrou para a história do Café Piu Piu.
E não deixe de conhecer os caras, visite as páginas deles:
Marcos Falcão.
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