Oaklore - 25 de janeiro de 2018
- Roadrock Blog
- 8 de abr. de 2019
- 14 min de leitura
Aquele encontro marcado seria bem mais que uma entrevista formal com a banda Oaklore.
Quando chegamos à rua onde se encontra a morada do Gustavo Mugnatto e fomos recepcionados pelo Aruan AceSiks que já estava nos aguardando na frente dos prédios, sentimos que a noite seria muito especial. Claro que tivemos uma calorosa recepção e após uma tentativa sem sucesso de mostrar a ele de que parte da cidade estávamos chegando, fomos conduzidos ao interior do condomínio. Não é todo mundo que consegue imaginar o extremo da Zona Sul de São Paulo que carinhosamente divido em terra sem lei, terra selvagem e terras ermas, conforme avançamos mais para a selva…
Logo encontramos rapidamente o Gustavo. Muito depressa nos sentimos acolhidos pela dupla de músicos, de tal forma que era como se fôssemos velhos amigos que se reencontram.
Nos acomodamos confortavelmente numa mesa redonda, junto à área de lazer, onde havia uma piscina e um bar encantador, um ambiente à meia luz, convidativo a horas de boas conversas e boa cerveja. Não tardou muito para que chegassem Aline Polisello e Alexandre Chamy e a banda toda estava completa, pronta a nos dizer tudo que quiséssemos saber. Confesso que até então nunca havia visto tanta simpatia, boa vontade e carisma juntos num só grupo. Começamos a conversar, chegaram as cervejas, e quando dei por mim a banda já desenrolava sua história antes mesmo de começarmos a entrevista, num verdadeiro encontro de almas. Era como se fôssemos representantes de vários reinos amigos, confabulando sobre as aventuras de nossas vidas.
O ambiente belo e confortável me fez esquecer que eu estava numa das regiões mais caóticas da área civilizada de São Paulo. Só havia eu e Alana Freitas, muito bem acompanhados por aquelas quatro figuras míticas, inteligentes e peculiares. Por um momento me senti nos anos 80, junto a meu grupo antigo de amigos, conversando horas e horas sobre tudo, no calor daquelas noites de verão inesquecíveis, no pátio do condomínio onde morávamos.
Expliquei a eles sobre nosso blog e nossa missão de adorar e difundir o Rock de todas as tendências e depois os ouvi afirmarem por diversas vezes seu amor pela música, um verdadeiro encontro de ideais e afinidades que nos tomou de surpresa! Muitas histórias divertidas, muitos corações abertos, criando laços de amizade instantâneos.
O pessoal do Oaklore é único. São pessoas de grande talento musical e criatividade excepcional, gente humilde e inteligente, jovens e empolgados em seus projetos de vida. Aline Polisello, multiinstrumentista, fã de Star Trek, jogadora de RPG e videogames, assim como os demais, mas com um diferencial criativo que viaja entre dimensões. Seu marido Alexandre Chamy, professor de música, guitarrista impressionante, amante do mais puro Heavy Metal, entre outros estilos, também com uma criatividade absurda, mais concreta a nossa dimensão. Esses dois se completam visivelmente emocional e artisticamente. Os outros dois, o fã incondicional de Kiss, Aruan AceSiks e o Gustavo Mugnatto com suas influências musicais que vão de 1200 aos anos 70, um guitarrista espetacular, cheio de ideias brilhantes, talento desenvolvido também ao lado de seu colega de faculdade, o Alexandre. Ambos juntam-se ao casal para montar uma coisa realmente especial que é o Oaklore. Aqui não existe competição, máscaras ou qualquer tipo de coisa negativa. Eles se unem de forma a contribuir para o trabalho da banda. São como um grupo de RPG: Cada um com seus atributos essenciais para o sucesso da missão.
Um mago, uma feiticeira, um anão e um elfo. Unidos em favor de difundir a boa música. E separadamente, também, cada um deles segue por caminhos onde a música é um fator essencial.
Ficamos surpresos em imaginar aquela figura angelical da Aline tendo um ataque de nervos durante uma partida de RPG onde ela afirmou perceber o Alexandre burlando as regras para obter mais moedas. Ela nos contou que virou o tabuleiro inteiro na cara dele. Apenas um dos inúmeros momentos de descontração da noite… Impossível não se divertir com as histórias deles, muito bem-humorados e cheios de simpatia! Amizade instantânea deste que vos fala e também da Alana Freitas. Passamos um tempo inesquecível com a banda que gerou além de uma bela entrevista e grandes afinidades, o anseio por novas reuniões, até mesmo para jogar RPG de tabuleiros, outra paixão de todos nós!
De quebra fomos apresentados a um amigo e vizinho do Gustavo que estava passando por ali, o músico Fernando Filizola, parceiro de grandes nomes da MPB antiga e até mesmo amigo do escritor Ariano Suassuna, entre outros. Figura mítica do lendário Quinteto Violado, grupo famoso nos anos setenta por misturar música regional com Rock progressivo. Uma pessoa cheia de histórias pra contar.
A seguir, vocês conferem a entrevista que fizemos em meio a tanta diversão e alegria. A boa vontade e o carisma que a banda teve em nos receber foi algo sem precedentes e nos deixou muito felizes e ainda mais fãs dos trabalhos que cada um deles fazem, juntos e separados. Vale destacar aqui que além de uma Luthieria, dividida entre o Aruan e o Gustavo, o Alexandre toca em duas bandas, o Ceos (banda de Heavy Metal que já gravou um CD, o qual me foi gentilmente presenteado nessa noite também) e o Pink Floyd Dream. A Aline participa cantando e tocando piano e teclado no Rick Wakeman Project, que inclusive se apresenta dia 3 de fevereiro no Teatro UMC. Também o Gustavo tem alguns projetos que estão se formando em outros estilos de música ligados também ao Rock. Então deleitem-se com a espirituosa entrevista que se segue e procure controlar a ansiedade para conferir esse pessoal único e talentoso!
Marcos Falcão: Em primeiro lugar quero agradecer a banda por falar com o Rocktown e nos dar o prazer de divulgar o trabalho de vocês em nossa página. Como se deu a origem do Oaklore? Quais as influências dos músicos e o que os levou de volta à Idade Média?
Alexandre Chamy: A gente tinha um grupo de estudo na faculdade, eu e o Gustavo. Obrigatoriamente, o professor falava pra gente estudar junto pras provas. Quando chegava na hora de estudar, a gente não estudava (risos). A gente ia tocar Blind Guardian, blues, Led Zeppelin e Deep Purple. Nessa hora que a gente viu que tinha gostos em comum.
Gustavo Mugnatto: A gente tinha aula de contraponto. Saía da aula e ia ver como isso ficava na guitarra.
Alexandre Chamy: No fim das contas, esse lance da música medieval foi vindo por conta das influências que a gente tinha. O Gustavo sempre gostou de música com contraponto, como Bach e afins… Eu já tinha um pé bem firme em metal, Blind Guardian, bandas que retratam um pouco dessa ambientação. Então a gente ficou com essa ideia, que seria legal se a gente pudesse ter uma banda que tocasse música com essa temática. Nem chegou a ser medieval de cara.
Gustavo Mugnatto: A gente nem pode considerar que é medieval mesmo, porque a música medieval é principalmente vocal e é feita sobre modos e tonalidades. Algumas das que fazemos são medievais autênticas, mas são poucas – pretendemos colocar mais. Boa parte remete à Idade Média romantizada, fantástica. Não é uma música autenticamente medieval, não somos um grupo de música histórica medieval. Somos um grupo folk que curte esse estilo.
Aline Polisello: São várias vertentes. Nós tocamos música medieval autêntica, músicas de jogos de videogame que tem essa ambientação medieval fantástica, como Diablo, The Witcher III, Skyrim, World of Warcraft. É super medieval, mas com elementos fantásticos, como magia, por exemplo. Então temos a vertente fantástica e a vertente “real”. Na real tem as músicas antigas, medievais, e as folks. Músicas do século XVI, XVII, XVIII, XIX. São músicas tradicionais, sem autoria, que foram disseminadas e difundidas através do povo, de boca a boca. Então, ninguém sabe exatamente quem criou essas músicas, como se tivessem surgido do próprio povo. Essas são as músicas que nós tocamos. Muitas são super conhecidas, como Scarborough Fair, Whiskey In The Jar, Herr Mannelig, que é tradicional sueca. Inclusive Herr Manelig já temos em estúdio e estamos prestes a lançar. Atualmente estamos pesquisando muita coisa, adaptamos tudo para ficar do nosso jeito. Buscamos coisas que a gente chama de “mundo real” porque são músicas que foram criadas antigamente na história da humanidade. Também criamos músicas novas, as quais chamamos de “mundo fantástico”, que remetem ao mundo antigo, muitas vezes, fictício.
Ainda que as músicas de videogame sejam novas, você ouve e se imagina em outra época, em outro mundo. E as músicas de outras bandas, principalmente Blind Guardian, o Blackmore’s Night, onde temos a versão de Child In Time, que originalmente é do Deep Purple, entre outras. Então a gente não toca só música medieval, mas todas elas remetem a esse mundo mais antigo e fantástico, também. Nós até nos colocamos um pouco como personagens mágicos nas nossas vestimentas.
Gustavo Mugnatto: Eu acho muito louco isso de você tirar a música e aprendê-la pra tocar. É algo frio – a música não brilha. Mas quando nós pegamos a música e adaptamos para o nosso projeto, nós reconstruímos a música e ela acaba virando como se fosse uma parte nossa. Talvez seja por isso que aconteça essa identificação. Porque não é como se fôssemos tocar Sweet Child O’ Mine, por exemplo, e fizéssemos igualzinho os outros caras fizeram.
Alexandre Chamy: Para finalizar a ideia, depois que o Gustavo e eu tivemos a ideia, pensamos em quem poderíamos chamar, como poderíamos fazer. Convenhamos: Não é qualquer um que realmente gosta de fazer música medieval ou coisas do tipo. A gente conhecia muitos músicos na faculdade, mas poucos tinham o perfil de abraçar a ideia e curtir. Porque não é só a música. Se o cara manja de jogos, filmes, séries, livros… O cara tem um know-how de coisas. Pensamos quem poderia ser essa pessoa. A Aline veio na hora. O Aruan demoramos mais para encontrar, não achávamos quem tocasse percussão. No fim das contas, foi um grupo de amigos que acabou se juntando pra fazer acontecer.
Aline Polisello: Porque todo mundo gosta. Eu gosto de videogame, especificamente RPG, e também gosto de o Senhor dos Anéis, o Alexandre também. Eu sou do tipo que joga RPG e fica ouvindo as músicas querendo tocá-las. Então surgimos do interesse em comum, nos encontramos nessas coisas.
Gustavo Mugnatto: Casou de todo mundo estar a fim de fazer no momento certo. Começou de forma descontraída.
Aline Polisello: Foi assim: Custe o que custar, vamos fazer o que a gente gosta. Não estávamos fazendo a música pensando no que ia dar certo, no que ia vender. A gente queria o que a gente gosta, mesmo que não dê em nada.
Marcos Falcão: Impossível não perceber o contexto em que nós, brasileiros, estamos inseridos. Hoje se vive na grande maioria uma certa ignorância musical de uma forma geral, infelizmente. Encontramos boa música em grupos isolados, principalmente no que se refere ao Rock, com o Folk e outros estilos de música mais específica acontece o mesmo. Como é lidar com essa realidade para divulgar o trabalho de vocês?
Alexandre Chamy: O primeiro passo é: Estar a fim e fazer direito. Tendo um bom material, fazendo um bom trabalho, você abre as portas para que uma pessoa que nunca imaginou que ouviria aquilo acabe ouvindo e apreciando. Por mais que a pessoa não tenha uma carga cultural bem formada, que conheça poucas coisas culturais, não dá pra excluir esse indivíduo. Logicamente, muita coisa que a gente vê hoje no meio musical e na arte em geral é cuspida pela mídia e as pessoas engolem. Você vai bater de frente com uma instituição como a mídia? É muito difícil, não tem como querer fazer com que as pessoas parem de ouvir funk, que tem um conteúdo muito baixo, e comece a ouvir música erudita. Isso não vai acontecer. Mas a gente fazendo um bom trabalho, chegando nas pessoas de uma forma ou de outra, a pessoa pode ser cativada com isso.
Aline Polisello: Já está acontecendo. Já vieram pessoas falar pra gente que gostaram do nosso som e que nunca ouviram nada parecido. Então, sem querer, estamos atingindo pessoas de outros gostos musicais e outras culturas. Talvez seja porque é diferente, tem alguns elementos que chamam atenção. A roupa, o arco no violão, etc. Existe uma questão de curiosidade, também.
Gustavo Mugnatto: Falta acesso, eu acho. Música boa todo mundo vai gostar. Sobre o momento que vivemos, eu percebo a mudança. Por exemplo, essa novela que está aparecendo agora (Deus Salve o Rei) é um indício dessa mudança.
Alexandre Chamy: Um parêntese, rapidamente. Eu acho engraçado porque a gente tem muito material interessante, mesmo que reproduzido pela Globo, que não tem veiculação. Existem minisséries baseadas em livros que são bem feitas, filmes bem feitos. Então eu acho que falta a veiculação, e quando aparece, por exemplo, uma novela que é algo diferente, chama atenção! Vem com uma novidade, prova que as pessoas estão abertas às coisas novas, então dê coisas novas. As pessoas só vão conhecer se tiverem acesso. É chato a mídia ficar cercando tudo, filtrando. Não tem um conteúdo diferente.
Gustavo Mugnatto: O que eu vejo que acontece, pelo menos aqui em São Paulo, é a presença de núcleos de interesse. Tem o núcleo do blues, o pessoal do folk, o pessoal do samba, do choro e o pessoal do medieval, com quem estamos interagindo mais, conhecendo bandas, organizadores de eventos. As pessoas do núcleo alimentam o núcleo. A vantagem de ter uma novela dessas é que isso mostra aos outros núcleos que aqui também tem coisas acontecendo, e isso vai trazendo gente. O público é fiel, como no rock progressivo, por exemplo.
Aline Polisello: Os eventos do mundo medieval, também: Sempre o mesmo pessoal. Mas quando a gente toca em bar temático, o público é bem diferente, bem eclético, acho que vão movidos pela curiosidade de estar num lugar que parece uma taverna, não conhecem o som e passam a conhecer. É um desafio, mas eu acho que se a gente fizer uma coisa bem feita, dá certo. Recebemos coisas muito positivas. Muitas das pessoas que conheceram a gente foi através do Rick Wakeman Project, que como rock progressivo, aparentemente não tem nada a ver, mas está atraindo o pessoal.
Marcos Falcão: O que vocês abordam nas suas letras, quais as temáticas presentes, influências e etc?
Gustavo Mugnatto: Resumindo, a Aline pega nossas loucuras e organiza (risos). Nossos sonhos, pesadelos, conversas malucas que temos e de repente ela tem uma ideia e transforma isso.
Alexandre Chamy: As ideias surgem até de sonhos ou até mesmo coisas engraçadas que surgem como histórias. Acabamos pegando coisas que realmente são das nossas vidas e uma outra coisa muito forte no nosso quadro é o lance desse conhecimento de livros e obras com esta temática, o que é forte nos quatro. Por exemplo: “Seria legal se tivéssemos uma ideia como aquilo que o Tolkien escreveu, ou parecido com o Silmarillion…” Então tem muita coisa que puxamos dessas obras.
Aline Polisello: As letras do Chamy lembram mais coisas mitológicas. Uma pegada de mitologia do Tolkien, mesmo. As minhas falam muito sobre sonhos, sobre o tempo, sobre realidades paralelas. O que a gente chegou a mostrar em show são histórias musicadas. Uma eu fiz, mas é diferente do que costumo escrever normalmente. É a história de uma mulher que tinha um pensamento diferente do padrão da época, era um pouco à frente de seu tempo e por conta disso foi considerada bruxa e queimada na fogueira. Mas ela não era. É o que eu imagino que tenha acontecido, poucas eram bruxas. E quando ela foi queimada, não gritou e não emitiu reação nenhuma e as pessoas se decepcionaram, porque na verdade tudo é um show, as pessoas gostam de ver desgraça. Outra história era uma brincadeira, eu e o Chamy fizemos juntos, para contar o que significa o nome Oaklore. Era a história de uma criatura que morava dentro de uma árvore num vilarejo que se chamava Oaklore. O nome Oaklore tem um significado pra gente. Oak é carvalho, em inglês, e lore seria “conhecimento, sabedoria”. Foi um jogo de palavras com “folclore”, que significa “sabedoria do povo”, passada de geração a geração. É a sabedoria dos carvalhos.
Marcos Falcão: Sabemos que existem bandas de Rock hoje em dia, e já há algum tempo, que mesclam fortemente elementos folk/medieval no seu som. O Oaklore tem planos de compor coisas que se misturem com algum tipo de rock, como por exemplo o Rock Progressivo ou até mesmo o Metal?
Alexandre Chamy: Com certeza. Inclusive, a gente fez alguns jams no final do ano passado e começaram a sair algumas ideias. Obviamente há coisas que lembram muito Blind Guardian, ou seja, tem uma pegada meio medieval e ao mesmo tempo essa coisa meio “rock”, como fraseado de violão, jeito de cantar, diferente da música medieval, que são corais e vozes eruditas. O legal do heavy metal – sem querer encher a bola do heavy metal, já enchendo (risos), é a facilidade de se adaptar a diversos estilos. Você pode citar Yngwie Malmsteen, que começou a tocar guitarra como se fosse um fraseado neoclássico. Ou, então, o caso do próprio Blind Guardian que tem essa roupagem medieval. O Angra, aqui no Brasil, que faz metal com música brasileira. Então, o heavy metal é de fato bastante mutável, esta é a palavra. Temos, sim, vontade de colocar o que temos em mãos na nossa música. Como não somos um grupo de música medieval autêntica, não faremos, por exemplo, letras em latim. Não ficamos presos a rótulos, não é a proposta, queremos fazer uma música mais perto do mundo medieval? Sim, mas também seria legal uma música com uma ambientação de rock, mesmo barroco.
Marcos Falcão: Também percebemos que pela qualidade do som de vocês, fica muito evidente que é possível ultrapassar os limites da banda, para outros estilos, principalmente do Rock. A Aline tem o Rick Wakeman Project, o Alexandre tem o Ceos e o Pink Floyd Dream, e quanto ao Gustavo e o Aruan?
Aruan Acesiks: Eu não tenho nenhum projeto. (Risos)
Gustavo Mugnatto: Eu tenho um projeto de composição com um amigo meu que está em Boston. É um projeto mais lento, mais ou menos no estilo de liberdade criativa que temos, não há prazo de entrega, então trabalhos muito em cima da ideia antes de realizar. Eu toco com o Jonavo, que toca no Folk na Kombi, então é mais voltado à essa linha pop, mas com o pé no folk, o folk é sempre presente. E um projeto de rock progressivo que uma hora ou outra encontramos pra gravar.
Marcos Falcão: O que o símbolo no cartão de vocês representa?
Aruan AceSiks: Nosso cartão foi feito pelo Lucas Castanho, mas o símbolo foi feito por uma amiga nossa. Hoje em dia ela é tatuadora. Já que ela é uma grande amiga e tem ótimas ideias e desenha muito bem, eu falei com ela a respeito do nosso projeto e que eu queria um símbolo com uma árvore, e que de alguma forma tivesse escrito “Oak” nela. Tanto é que se você olhar bem, você encontra… Ainda estamos trabalhando nessa ideia.
Gustavo Mugnatto: Nós estávamos procurando desenhos bem tradicionais celtas, mas todo mundo estava usando. E a Dafne veio com essa ideia moderna sobre um símbolo antigo.
Marcos Falcão: Alexandre, você dá aula de guitarra. Fale sobre isso.
Alexandre Chamy: Eu me formei na faculdade, mas antes disso eu já comecei a dar aula nas escolas aqui em São Paulo e estou há aproximadamente sete anos nesse mesmo esquema de aulas e afins. Antes de me formar, eu fiz Souza Lima (faculdade e conservatório), eu já tinha certo know how musical. Então, começaram a surgir oportunidades de trabalhar em escolas, fiz estágio dentro de uma escola bastante conceituada e hoje eu consigo ter alguns alunos particulares e existe a possibilidade de dar aulas a distância, que hoje a tecnologia permite. E é basicamente isso.
Marcos Falcão: Aline, qual a expectativa da banda em relação ao próximo evento da Ordo Draconis Belli, o Jantar Medieval?
Aline Polisello: Pergunta difícil (risos). Todos nós queríamos muito participar. A gente começou a fazer shows em eventos a partir da ajuda dos organizadores…
Alexandre Chamy: Quando começamos o projeto, decidimos que a gente tinha que investir em roupas. Aliás, se pudesse andar assim na rua, ia ser muito legal. Mas o calor não permite… (Risos) Coincidentemente, a moça da Cos Line, que faz as roupas medievais, era amiga do pessoal da Ordo. Então ela falou pra gente sobre as pessoas que organizam os eventos e disse “eu tenho uns amigos que organizam os eventos, pode ser que um dia vocês consigam participar junto com eles” e aconteceu de fato. Depois de um tempo, eles entraram e contato e nos chamaram. Era o Festival do Orgulho Pagão, foi o primeiro, e desse dia em diante fizemos amizade com eles.
Gustavo Mugnatto: Participamos da Honraria ao Mérito Pagão na ALESP (Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo) com alguns integrantes.
Alexandre Chamy: Foi a partir daí. Eles que abriram as portas para que a gente participasse do Jantar.
Aline Polisello: Esse Jantar é um grande evento medieval e eu o conheço há bastante tempo. É num lugar muito bonito, numa cidade turística, em Socorro. Eu sempre quis ir para assistir, para vivenciar mesmo, mas eu não me imaginava tocando lá. Foi por isso que eu fiquei muito feliz: A primeira vez que eu vou, será pra tocar!
Gustavo Mugnatto: Ainda mais com as bandas que a gente vai dividir palco, como a Taberna Folk, por exemplo.
Marcos Falcão: Vocês têm mais alguma canção adicionada ao repertório?
Gustavo Mugnatto: Sim. Estamos há um ano preparando as músicas deste repertório, então este já está praticamente fechado. Então, estamos trabalhando no próximo.
Aline Polisello: Além das músicas autorais, estamos começando a investir um pouco mais nas músicas medievais, as mais antigas. Porque quando a gente olhou pro nosso repertório, a gente percebeu…
Alexandre Chamy: Que a gente é viciado em videogame. (Risos)
Aline Polisello: Que a gente é viciado em videogame! Bem isso. (Risos)
Marcos Falcão: Somos todos. E para quem não vai poder estar presente no Jantar Medieval, existe alguma outra apresentação prevista para confortar estes corações solitários e carentes?
Alexandre Chamy: Temos fechado algumas datas lá em Campinas com a Milord Taverna, e aqui em São Paulo temos o Walfenda, que é um restaurante cuja temática é “farmácia medieval”, de alquimia, etc. É muito legal. Já tocamos lá, ano passado, e agora estamos acertando um almoço lá.
Novamente agradeço pela entrevista, nós aqui do Rocktown apoiamos a música boa, de qualidade, principalmente se relacionado ao Rock em qualquer que seja a tendência e gostaríamos muito que vocês deixassem uma pista para aqueles que ainda não se aventuram a seguir o Oaklore. Que todos possam conhecer esse universo mágico e fantástico que a banda faz parte!

Contatos para shows:

Marcos Falcão.
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