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Colecionadores: O Impressionante Mundo de Paulo Kiss

  • Foto do escritor: Roadrock Blog
    Roadrock Blog
  • 9 de abr. de 2019
  • 5 min de leitura

(Originalmente publicada em 20 de março de 2018)


Existem momentos quando acontecem coisas que mudam nossas vidas para sempre. As vezes de forma sutil, às vezes abruptamente, mas um simples encontro pode nos levar a novos caminhos e criar situações inesquecíveis. E foi num sábado de sol de algum momento de 2005, que conheci o Paulo Castro. Eu estava a caminho da Galeria do Rock, num transporte coletivo junto com um amigo de infância. Sentados, conversávamos sobre bandas de rock. E mencionamos o Kiss, despertando a atenção de um cara sentado próximo que se aproximou e começou uma animada conversa, logo demonstrando seu amor pela banda e grande interesse no que falávamos.


Além de notarmos que estávamos diante de um grande fã do Kiss, rapidamente também começou uma bela amizade. Logo estávamos conhecendo sua casa, que por sinal era bem próxima a minha, e contemplamos a maior coleção de coisas do Kiss que até então nunca tínhamos visto.


O Paulo se tornou um grande amigo com o qual estivemos em vários momentos desde então. Músico, colecionador, personalidade conhecida por muitos, também professor de guitarra, ele é uma das figuras mais gentis e interessantes, parte viva da história do rock em São Paulo. Antigo frequentador da Woodstock Discos, participava dos inúmeros encontros que a galera fazia com nosso querido Walcyr Challas, para compartilhar e trocar materiais das bandas. Paulo Castro não tem inimigos, pode até ter invejosos, pois isso é inevitável, mas todos que o conhecem o admiram. Principalmente depois de conhecer sua coleção e compreender sua história de vida.



Muita gente o presenteia com coisas do Kiss, as vezes trazem até materiais importados, que ele recebe de bom grado, expondo no seu incrível museu por toda sua vida. Um espetacular acervo que já chamou a atenção de muitos, sendo destaque de matérias e entrevistas em alguns meios especializados, aumentando ainda mais sua popularidade.



Na última terça-feira, 13 de março, o Paulo Kiss (como ele gosta de ser chamado) me recebeu em seu santuário, com direito a bandeira do Psycho Circus hasteada na janela e refrigerante, onde gravamos uma descontraída entrevista com a ajuda muito bem-vinda de sua encantadora esposa, a jornalista Amanda Basso. A seguir você confere alguns momentos em destaque desse divertido momento. Portanto boa leitura e diversão!


Quando decidimos gravar tudo em vídeo não tínhamos ideia do trabalho que isso daria. Fizemos algumas tentativas, mas logo percebemos, quase no mesmo momento em que a Amanda apareceu, que precisaríamos de ajuda. E sentados confortavelmente iniciamos nosso papo e a viagem pela história do Rock começou. Dentre brincadeiras, cortes e risadas incontidas, o Paulo abriu seu passado, nos contando várias coisas sobre sua experiência desde 1983, quando ele tinha apenas 10 anos…


’Eu tive uma sorte de estar numa família que curtia tipo Beatles, Bee Gees, entre outras coisas… E quando o Queen veio para o Brasil em 81, aquilo foi maravilhoso. Eu assisti pela televisão na época. E eu comecei a curtir Rock. Comecei a achar legal aquilo tudo, daí em 83 o Kiss veio para o Brasil e juntou aquele lance da banda que era o Queen com o lance do teatro que era o Kiss, lembro dos recortes de jornal da época e eu via os anúncios dos shows com o lance das máscaras, aquilo me deixava maluco. Foi daí que eu comecei a gostar. Tinha o lance das revistas em bancas, o Kiss foi capa da Manchete em 83, você olhava as pinturas, o lance do branco e preto, isso chamava a atenção. A revista que tinha o Kiss na capa se sobressaia, era como o Iron Maiden e o Eddie. Comecei a guardar revista, recorte de jornal e tudo que eu conseguia… Meu pai me dava dinheiro para comprar coisas de comer na escola e eu guardava para comprar revistas. Disco era uma coisa difícil de comprar, quando se tem 10 anos é difícil juntar uma grana para comprar um disco… Tinha o Natal e dia das crianças que dava para você pedir um disco. O primeiro que tive foi o Creatures of the Night… Eu achava que era só aquele que existia.”


O cara já nasceu com o Rock na veia. Ele nos contou também que já começava a conhecer o violão com 5 anos de idade, instrumento de sua mãe, também artista plástica de talento, até mesmo antes da chegada do Paulo ao mundo. A arte já estava na família e perdurou, pois nosso amigo também desenvolveu habilidades com artesanato, as quais dedicou a muitos itens presentes em sua coleção.


Paulo teve várias bandas e tornou se professor, fazendo do Rock também seu meio de vida, chegando a participar de diversos eventos, dentre os quais no programa Covernation da antiga MTV aberta…


‘’Eu fui de jurado. Me chamaram para fazer lá o Gene Simmos, eu fui lá maquiado e fantasiado, mas nem toquei. Acho que alguém viu alguma foto minha pintado, maquiado, provavelmente em alguma página da banda e entrou em contato comigo.’’


E dentre as curiosidades que sempre surgem quando se fala em Kiss, Paulo nos elucidou sobre Secos e Molhados e extermínio de animais no palco…


‘’Os Secos e Molhados não tinha conhecimento do Kiss. Se alguém copiou, foi o Kiss. Eu não acredito nisso. O Kiss veio depois, eles estavam começando ainda em Nova York… Eu acredito que a coisa dos animais mortos, os pintinhos no palco, começou com aquele negócio do Gene cuspir sangue. Era sangue para todo lado. Daí a criatividade da turma levou a acreditar que o Kiss pisava em pintinhos… Ficou até hoje. Mas eu acredito que é maior boato que existe e só perde para o de que o Gene Simmos fez implante de língua de vaca…’’


O papo se desenrolou por diversos assuntos e coisas que você vai ver na íntegra muito em breve, na publicação do vídeo. Terminamos o divertido encontro com nosso amigo falando sobre alguns itens que ele considera vitais em seu acervo, tais como a primeira edição do Creatures of the Night, que ele tem até hoje em impressionante estado de conservação, os set lists do palco do show de Interlagos em 99, os quais tem até manchas do ‘sangue’ do Gene, entre outras coisas.

Foi uma tarde empolgante, de histórias e brincadeiras com um dos caras mais humildes e receptivos que já conheci na vida, o qual mantém sua vida relacionada a cada item de seu imenso e quase intocado acervo, como um diário vivo, onde cada coisinha tem sua história própria. E acredite, ele se lembra de cada coisa relacionada aos objetos.


A saga completa com muito mais do que coloquei aqui você confere muito em breve no primeiro vídeo do Roadrock. Fique ligado!



Marcos Falcão.

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