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Aí está o JETHRO TULL!

  • Foto do escritor: Roadrock Blog
    Roadrock Blog
  • 14 de set. de 2021
  • 5 min de leitura

“So, this is Jethro Tull one more time!”


Álbum ao vivo de material predominantemente acústico, lançado em 1992

Uma das frases do magnifico Ian Anderson, presente nas gravações do acústico A Little Light Music (1992), compilação de versões ao vivo de grande parte do material do Jethro durante as turnês do álbum Catfish Rising (1991). E dentre outras frases que mostram as brincadeiras e piadas internas da banda, esse trecho descreve da melhor forma o grande trabalho desses caras, que mesmo em seus pontos baixos nos anos oitenta, manteve um público fiel que acompanha tudo o que eles fazem juntos ou separados.


De fato: “é o Jethro Tull mais uma vez”, sempre desde 1969. Não vou ficar aqui contando os detalhes da história da banda, apenas quero destacar minha grande paixão por esse ícone do Rock/Progressivo/Folclórico/Teatral/Clássico, difícil de classificar! Prefiro dizer que o Jethro é uma banda de Rock Clássico e pronto, pois são tantas influências que é jogo duro rotular.


Minha paixão começou aos 17 anos, em 1991 quando vi um clip de Too Old to Rock’n’Roll Too Young to Die. Simplesmente fui sequestrado por aquele doido com aquela flauta. Era um visual sujo, Hippie, cheio de retalhos e cabelos desgrenhados, algo setentista, algo muito louco que se destacava até mesmo além da canção, que nem era tão legal assim. Percebi que havia muito mais de onde viera aquilo quando conheci a obra Aqualung. Aí sim foi a porta aberta para toda a doideira que o Jethro havia feito até ali.


Aqualung - 1973


Minhas buscas por materiais duraram por muitos anos. Eu não tinha dinheiro, emprego, nada. Só discos e livros que acumulei na minha adolescência. E foi esse material que eu levei para o centro de São Paulo, a fim de trocar por discos antigos da minha nova paixão. Sofri por muito tempo para conseguir alguns álbuns sem usar dinheiro vivo. Quem já fez isso sabe como era difícil trocar matérias com os sebos e lojas da Galeria do Rock. A grande maioria dos locais só queriam vantagens sobre vantagens. Sem dinheiro, as coisas nunca valiam a troca.


Era sempre dois por um na melhor das hipóteses, isso quando nossas coisas não eram totalmente desvalorizadas. E olha que eu tinha coisas boas, mas que não valiam muito em lugar algum. Por várias vezes vi meus itens serem revendidos por seus valores reais, mais de três vezes o que haviam me pagado..., mas isso é uma outra história, o fato é que em um ano consegui alguns discos do Jethro: Crest of a Knave, Aqualung, Benefit, MU The Best of Jethro Tull, Living in the Past e o obrigatório Thick as a Brick.


Thick as Brick - 1972; Living in the Past - 1971 e Benefit - 1970


Consegui também, paralelo a isso, um monte de músicas avulsas que eu ouvia na extinta 97 FM, onde eu ficava várias noites inteiras esperando para gravar as fitas cassete com tudo que eu podia achar de música boa e claro, o Jethro era meu alvo principal. Naquele ano gravei inúmeras canções desses caras e isso me guiava a descobrir coisas sobre eles, perguntando nas lojas e entre conhecidos da Galeria do Rock. Foi um tempo milagroso, onde quase sem dinheiro eu consegui muita coisa, que inclusive estavam até mesmo fora de catálogo há anos. Aprendi a negociar e minha paixão, por incrível que pareça, me rendeu novos amigos que facilitaram minha busca.


Mas um dos preços foi minha coleção de King Diamond, Mercyful Fate, Iron Maiden, entre outras que mais tarde recuperei tudo e além. Minha coleção da Agatha Christie entre outros livros que eu tinha também se foi em função do Jethro Tull. E tinha o Genesis também, outra paixão que dividiu meu coração na época, mas aqui vou me prender ao flautista louco e sua trupe.


Naquele tempo não havia internet e os canais da mídia nem sequer mencionavam coisas sobre Rock, então o jeito era pesquisar de boca em boca. Nas muitas incursões de pesquisa que fiz, havia momentos em que eu passava horas em lojas com um caderno, copiando as letras dos discos que eu não tinha ou que tinha, mas sem encarte. Foi assim com o Thick as a Brick. Minha regravação não tinha letras e eu tive que copiar na mão de um outro mais antigo que tinha numa loja lá da Galeria. E isso fiz com muitos outros, inclusive de outras bandas. Depois eu traduzia em casa e datilografava tudo, colocando junto aos meus discos e em uma pasta destinada só para isso...


Foram alguns anos de dificuldade até que em 1995 entrei na faculdade de Matemática e Física e comecei a trabalhar. Aí o mundo se abriu. Passei a comprar os discos. Vieram mais alguns de vinil e logo chegou o CD. Havia uma loja que importava todos da Europa e EUA e os preços eram justos (acredite uma edição europeia custava menos de trinta reais!) E esta loja ficava no recém-inaugurado Shopping SP Market. Perto da minha casa. Completei minha coleção muito depressa e a felicidade foi indescritível, nunca eu havia podido viajar tanto naquelas águas turbulentas e maravilhosas!


Coleção completa em CDs e alguns dvds

Em 1996 consegui ver o Jethro Tull pela primeira vez no extinto Olympia, casa de shows que abrigou atrações lendárias até seu fechamento em 2007. Foi uma realização pessoal poder ver os caras de perto entoando canções de todas as épocas! Nem precisa dizer que eu conhecia todas e todas cantei junto! De lá para cá estive em todas as apresentações dos caras em São Paulo. Eles voltaram algumas vezes e outras em separado, pois Ian Anderson veio algumas vezes com outros músicos e era igualmente sensacional.




Jethro Tull é algo que guardo no meu coração para sempre. Tenho todos os CDS e vídeos, alguns bootlegs e alguns vinis. Sou hoje um fã até que moderado, tenho aquilo que consegui juntar, sem itens repetidos e coisas do “arco da velha. Comprei em 1995 a caixa dos 25 anos, com quatro CDs exclusivos e tenho o VHS da reunião que eles fizeram na mesma ocasião, que neste século foi lançado em DVD.


Em 1999 o Jethro lançou seu último registro de inéditas, o Dot.com. Ali foi o fim sem ser, de uma das maiores bandas de Rock de todos os tempos na minha opinião. E em 2000 eles vieram a São Paulo novamente para um grande show no Via Funchal, ocasião inclusive em que foram no programa do Jô Soares novamente, algo que sempre acontecia quando estavam na cidade.








No século XXI tivemos eles por aqui algumas vezes das mais diferentes formas, a última foi um show do Martin Barre, pouco antes da Pandemia, que fez uma releitura sensacional de muito material valioso. E teríamos um show também do Ian Anderson com alguns músicos e o nome Jethro Tull, algo que prometia ainda mais emoção e nostalgia, uma comemoração dos 50 anos do Jethro, mas infelizmente não aconteceu, foi cancelado por causa dessa situação terrível que se abalou sobre o mundo...


Esse texto não é algo que se destina a detalhes técnicos e outras informações, é apenas um momento para mostrar a vocês um pouco da minha paixão por essa banda. Se você nunca ouviu os rapazes, te convido a conhecer.


Procure aí no Spotfy, Deezer, YouTube etc. Vai achar muito material.


E, se você ousar, pode fazer como eu fiz, sair por aí procurando discos e CDs, algo que hoje é muito mais difícil e mais caro, mas que a meu ver vale muito a pena.


Deixo para vocês alguns links e em especial um de um grande amigo meu, e grande músico também, Cassiano Music Man, que um tempo atrás reuniu um pessoal muito massa e gravou uma obra prima do Jethro Tull.

Espero que gostem. Se liguem na volta do Roadrock Blog!

Abraços a todos!!


https://www.youtube.com/watch?v=EzIi-QxpoVc&list=PLjVJ9O3Wy7TJRS0nRkPYTDQRq15I3EO5s


Marcos Falcão.

De volta ao sonho....


 
 
 

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