top of page

Ceos

  • Foto do escritor: Roadrock Blog
    Roadrock Blog
  • 8 de abr. de 2019
  • 6 min de leitura

Foi preciso uma viagem no tempo. Conheci a banda Oaklore, um pessoal que nos proporciona uma verdadeira estadia na Idade Média, todos músicos de um talento e sensibilidade únicos. Dentre esse pessoal muito especial, um se destacou ainda mais. Alexandre Chamy, um dos responsáveis pelas cordas do grupo. O cara concilia o Oaklore com mais duas bandas de grande qualidade, o Pink Floyd Dream e o Ceos. Uma, cover de um dos maiores ícones do rock progressivo e outra uma autêntica banda autoral que mescla Heavy metal, Progressivo e Hard Rock com tanta maestria que considero realmente um desafio escrever sobre esse trabalho, tão bem feito, complexo, tradicional e genial!


Viajei nas ondas do Oaklore e ao conhecer o Alexandre, fui presenteado com o CD do Ceos quando ele soube da minha paixão por Metal. Essa banda realmente impressiona. Pela qualidade, pelo talento e pela criatividade. O som dos caras me remete a tanta coisa boa que confesso ter dificuldade em pontuar certos aspectos. Muito bem trampado, preciso e detentor de um carisma digno de obras essenciais do Heavy Metal.


De cara só de olhar para o CD a gente já fica impressionado com a capa, um olho pegando fogo com o globo terrestre mesclado dá a caótica impressão dos nossos tão complicados tempos. Curiosamente, a arte da capa foi feita pela mesma pessoa que produziu o logo da Oaklore, a talentosa Dafne Cristhinne Pellizzaro.




A sensação se completa quando colocamos o CD para ouvir. O som combina perfeitamente com a capa, pois é igualmente complexo. Vamos, então, para as minhas melhores impressões sobre este achado do Metal Nacional:


A obra abre pegando fogo com Giant’s Trail. Uma introdução pesada e cadenciada, marcada pelo incrível vocal de Biel Astolfi, também responsável pelo baixo, muito bem marcado. Sério, a voz desse cara lembra os mais talentosos vocalistas de grandes bandas de Hard Rock, como Skid Row, Motley Crue, entre outras. Ele não se contém nos vocais! Essa música soa com tanta categoria que enlouquece. Os solos do Chamy lembram muito as viagens do Dream Theater nos seus melhores dias. Aliás, esse momento funciona como Pull me Under, do Images and Words. Essa composição é igualmente poderosa e brilhante. Realmente grandiosa como as pegadas do gigante nas letras.


Rattlesnake abre direta e reta, já de cara nos remetendo a coisas como Rush e Dream Theater, sem se deixar levar pelas influências, pois logo a identidade da banda se faz presente de forma impressionante. Muito trampo de guitarra e uma bateria precisa e poderosa do Felipe Abdala, o cara destrói em todas os momentos do álbum! Trata-se de um power trio de muito talento, influenciados por grandes bandas, mas com uma identidade única que deve aflorar ainda mais nos álbuns vindouros. Essa canção alterna entre o poder da massa sonora e a melodia da guitarra, nos fazendo voltar e lembrar de bons momentos.


Devil’s Puppet é o momento Metal vigoroso dessa primeira trinca de preciosidades. Aqui a canção lembra coisas oitentistas, numa mistura de Black Sabbath com alguma coisa da carreira solo do Ozzy Osbourne, mas sem deixar de soar Ceos, pois temos momentos em que o trampo marcado da guitarra do Mestre Chamy cai para uma viagem técnica no mais puro estilo progressivo, para depois voltar ao metal. Claro que nesta, como nas anteriores, o vocal maravilhoso do Biel se faz essencial e marcante. Essa música gruda na mente, assim como as anteriores. Dá para notar que o Ceos é uma banda marcante e inesquecível, o que fica bem evidente ao longo de todo o trabalho.


Depois de toda essa viagem e porradaria da melhor qualidade, Can’t You See vem para um momento mais tranquilo, mostrando a versatilidade dos músicos em soar com excelência também numa composição mais suave. Aqui a gente nota o talento do vocalista que canta completamente diferente, soando meio grunge, de voz limpa e afinadíssima. Uma música que fala sobre a educação, que tão pobre se encontra em nossa realidade hoje em dia. Os arranjos de guitarra perfeitos e belos permeiam essa canção, que nos remete a I Walk Beside You presente no Octovarium do Dream Theater e também a algo de U2, mas bem de leve, pois os caras não abandonam o posicionamento de uma banda de Metal nem nesse momento. Claro que os solos do Chamy novamente encantam e viajam. Um belo momento que marca a presença de outras influências no som dos caras e mostra ainda mais a diversidade musical que esse trio possui.


What’re You Doing é um dos momentos em que sentimos a influência de Rush e Led Zeppelin no álbum. Uma canção cheia de ritmos setentistas, muito bem colocada e cantada, com um toque de blues, meio noir, meio jazz. Sonzeira para curtir descontraído, mantendo a qualidade do play no melhor estilo.


Song About You… Aqui os caras conseguiram me emocionar. Este é o grande momento balada do álbum! Uma canção cheia de arranjos acústicos, bela, marcante, maravilhosamente interpretada. Poderia facilmente ser uma das baladas mais belas do rock oitentista, pois é assim que ela soa! A letra é linda, romântica e poderosa, como não poderia deixar de ser. Esse é o momento para curtir a dois como muita categoria. Perdoem meu romantismo, mas este que vos fala é apaixonado por baladas e por isso não tive dúvidas em tocar essa canção para minha esposa que adorou. Show.


Lights volta aos momentos mais pesados e complexos, tão marcantes no trabalho todo e arranca a gente dos pensamentos românticos da anterior para nos atirar num turbilhão de notas enlouquecedor. Está presente aqui o liquidificador Ceos, batendo em tudo que é material de qualidade que já ouvimos e gostamos para de repente cair num clima de baixo e guitarra, ao estilo Yes, Rush e tudo quanto é progressivo de qualidade, onde logo se faz presente uma bela suíte de guitarra num dos solos mais bonitos desse álbum, participação especial de Edu Ardanuy, que não ofusca em momento nenhum nosso Mestre Chamy, vindo apenas a contribuir ricamente para essa obra. Também nessa canção, outra participação especialíssima, Nando Fernandes faz um dueto com Biel Astolfi. Sem dúvida mais um dos momentos mais incríveis desse trabalho sensacional.


Argus começa com um trampo mais tranquilo de bateria, para depois cair num esquema parecido com a What’re You Doing, lembrando coisas mais setentistas e marcadas, mostrando que a banda é capaz de passear por todas as eras do rock e metal, mantendo a qualidade como nas primeiras canções.

Incrível como aqui não existem canções para encher linguiça. Cada uma delas é especial e única, cheia de criatividade, carisma e poder, misturando diversos estilos em uma coisa só. Se fosse um disco de vinil teríamos o lado A e o lado B, mas não teríamos canções menos importantes, o lado A seria tão incrível quanto o lado B, pois não há perda dequalidade. Tudo combina, tudo impressiona, até mesmo os vocais breves guturais nessa canção funcionam. Dão a entender por um breve momento que se fosse para tocar Death Metal o trio também se sairia bem.


Infelizmente a viagem chega ao fim com My Last Blues, maior música desse trabalho ímpar, que é isso mesmo que o tema diz. Um último blues de categoria! Pesado na medida certa, soa como um alívio, como se a banda quisesse nos mostrar que depois de toda essa massa sonora e criativa de muita qualidade e sentimento, seria agora o momento de descansar e nos mostrar que o blues também está presente na alma do trio. Uma canção digna dos melhores bares do estilo, nos deixa cheios de emoção e esperança de que muito mais ainda possa vir do Ceos. É uma música que vai crescendo e acaba ganhando uma forma poderosa que encerra o CD até com certo romantismo. E o que é melhor, depois de tudo isso, as expectativas que ficam são de mais viagens de qualidade. E do completo e imprescindível inesperado.

Sim, saímos desse álbum sentindo que o próximo será uma grande surpresa, pois a banda tem influências demais e pode sempre surpreender o fã. Percebe-se que com o Ceos tudo pode ser possível. O power trio multitalentoso ainda tem muito a oferecer. Este álbum de estreia é um petardo digno de entrar para a história do Metal Nacional. Mais tarde nos lembraremos desse disco como sendo algo sem precedentes, apenas o primeiro de um a trilha de clássicos de alto nível que estão por vir.


Parabéns aos músicos e muito obrigado ao amigo estimado, Alexandre Chamy, que me trouxe a luz dessa banda tão incrível. Ainda quero poder ver um show desses caras.


Ceos.


Alto nível, muita qualidade e criatividade acima da média! Uma surpreendente descoberta que vem agora a abrilhantar minha coleção para sempre!


E não se surpreenda se não conseguir parar de ouvir esses caras. Uma das coisas mais incríveis que conheci em 2017.


O Ceos também está no Spotify e no Facebook.

Confira abaixo o vídeo oficial de Giant’s Trail, que abre o poderoso álbum do Ceos.


https://youtu.be/-cyIQjSzY74


Marcos Falcão.

Comments


Post: Blog2_Post

Formulário de inscrição

Obrigado(a)

©2019 by Roadrock Blog. Proudly created with Wix.com

bottom of page